segunda-feira, 13 de setembro de 2010

PENÚRIA EM AFEGANISTÃO.

Refugiados afegãos no Paquistão afogados pelas penúrias09/09/2010 Ashfaq Yusufzai, da IPS
Quando não olham com tristeza o que foi suas casas ou tentam ajudar algum parente doente, afegãos vítimas das inundações no Paquistão perseguem veículos que circulam pela estrada, que vai de Peshawar até Islamabad, em busca de esmola. O desespero é tão grande que pelo menos cinco mulheres morreram em acidentes nas estradas, correndo atrás de caminhões que elas pensavam estar transportando ajuda humanitária.
As inundações causadas pela monção afetaram o noroeste do país em meados de julho e destruíram tudo em sua passagem. Cerca de 20 milhões de pessoas sofreram as consequências, um em cada dez habitantes, segundo dados oficiais. Não há certeza de que esse número inclua os refugiados afegãos, 1,7 milhão de pessoas. A maioria se encontra na província de Jiber Pajtunjwa.
Com milhões de paquistaneses afetados pelas inundações, os afegãos afirmam que eles não são prioridade para seus anfitriões. Os refugiados, que vivem em 17 distritos de Jiber Pajtunjwa, perderam mais de 12.600 casas e 85.800 deles ficaram sem teto, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Além disso, centenas de milhares de pessoas ficaram sem ter o que comer e beber, muitos adoeceram. Até a ajuda médica demorou a chegar.
"Corri para perto de La Meca para conseguir dinheiro. Meus três filhos estão no hospital", contou o afegão Rasool Shah, de 31 anos. "Eu tinha uma pequena barraca no acampamento que a água levou. Agora não tenho nem um centavo. Os médicos aconselharam a internar meus três filhos por causa de diarreia aguda crônica, mas não temos assistência gratuita", disse.
As vítimas paquistanesas tiveram muito apoio médico, mas os afegãos parece que foram ignorados pelo governo, disse à IPS a presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Paquistão, Lubna Hassan. A situação está muito deteriorada e pode piorar nos próximos dias, afirmaram médicos de uma clínica montada pela organização local Falah Insaniat, perto de Azajel, um dos maiores acampamentos de refugiados.
"A maioria dos habitantes do acampamento tem diarreia, disenteria, tifo, sarna e malária, pois carecem de água potável", disse o médico Riaz Alam. "Recebemos cerca de 300 pacientes por dia, na maioria mulheres e crianças, com diferentes doenças causadas pelas inundações", contou. "Há cerca de 700 grávidas de Azajel que precisam de medicamentos e cuidados pré-natal. Não têm alimentação balanceada e darão à luz bebês enfermos. Necessitam de exames regulares. A maioria tem anemia", disse Lubna.
Dos menores afegãos, 75% têm diarreia e disenteria e 35% apresentam infecções cutâneas, disse o vice-presidente da Associação de Pediatria do Paquistão, Sabir Ali. Além disso, "85% estão desnutridos. E não há sinais de que a situação vai melhorar, pela falta de higiene em que vivem os afegãos. Não têm água nem instalações sanitárias e nem uma dieta balanceada", afirmou.
Os acampamentos de refugiados ficam nos arredores de Peshawar, capital provincial, que está a 141 quilômetros de Islamabad, destruídas pelas inundações. Azajel, que tinha 23 mil habitantes, está em ruínas. O Acnur entregou 1.100 barracas, quantidade insuficiente, além de não haver onde serem instaladas. Muitos refugiados afegãos acabaram instalando-se na estrada que vai para Islamabad. Várias famílias montaram suas barracas no meio do caminho, para ficar mais próximas dos veículos, que mulheres e crianças perseguem pedindo esmola.
Os afegãos começaram a emigrar para o Paquistão há cerca de três décadas, após a invasão soviética. Este país chegou a ter 27 acampamentos de refugiados, mas muitos foram fechados há três anos quando sumiu a ajuda internacional. Islamabad concordou que os refugiados ficassem até dezembro de 2012, e a Organização das Nações Unidas implementou um programa de repatriação voluntária. Centenas de milhares de afegãos regressam ao seu país todos os anos.
Desde o início das inundações, cerca de 400 famílias regressaram ao Afeganistão. "Os refugiados que tinham propriedades no Afeganistão regressaram aos seus povoados", disse Zar Alam Jan, um ancião do acampamento. "Mas vamos onde temos de ir. Lá tampouco somos bem-vindos. Temos o dobro de dificuldades. Nosso problema é que não temos propriedades no Afeganistão para nos instalarmos de forma permanente", contou. "O rio levou tudo", lamentou Zar, cofiando a barba cinza. "Azajel não é seguro nem adequado. O Paquistão tem de nos dar um lugar seguro", ressaltou. Envolverde/IPS
Fonte: www.envolverde.com.brRefugiados afegãos no Paquistão afogados pelas penúrias09/09/2010 Ashfaq Yusufzai, da IPS
Quando não olham com tristeza o que foi suas casas ou tentam ajudar algum parente doente, afegãos vítimas das inundações no Paquistão perseguem veículos que circulam pela estrada, que vai de Peshawar até Islamabad, em busca de esmola. O desespero é tão grande que pelo menos cinco mulheres morreram em acidentes nas estradas, correndo atrás de caminhões que elas pensavam estar transportando ajuda humanitária.
As inundações causadas pela monção afetaram o noroeste do país em meados de julho e destruíram tudo em sua passagem. Cerca de 20 milhões de pessoas sofreram as consequências, um em cada dez habitantes, segundo dados oficiais. Não há certeza de que esse número inclua os refugiados afegãos, 1,7 milhão de pessoas. A maioria se encontra na província de Jiber Pajtunjwa.
Com milhões de paquistaneses afetados pelas inundações, os afegãos afirmam que eles não são prioridade para seus anfitriões. Os refugiados, que vivem em 17 distritos de Jiber Pajtunjwa, perderam mais de 12.600 casas e 85.800 deles ficaram sem teto, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Além disso, centenas de milhares de pessoas ficaram sem ter o que comer e beber, muitos adoeceram. Até a ajuda médica demorou a chegar.
"Corri para perto de La Meca para conseguir dinheiro. Meus três filhos estão no hospital", contou o afegão Rasool Shah, de 31 anos. "Eu tinha uma pequena barraca no acampamento que a água levou. Agora não tenho nem um centavo. Os médicos aconselharam a internar meus três filhos por causa de diarreia aguda crônica, mas não temos assistência gratuita", disse.
As vítimas paquistanesas tiveram muito apoio médico, mas os afegãos parece que foram ignorados pelo governo, disse à IPS a presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Paquistão, Lubna Hassan. A situação está muito deteriorada e pode piorar nos próximos dias, afirmaram médicos de uma clínica montada pela organização local Falah Insaniat, perto de Azajel, um dos maiores acampamentos de refugiados.
"A maioria dos habitantes do acampamento tem diarreia, disenteria, tifo, sarna e malária, pois carecem de água potável", disse o médico Riaz Alam. "Recebemos cerca de 300 pacientes por dia, na maioria mulheres e crianças, com diferentes doenças causadas pelas inundações", contou. "Há cerca de 700 grávidas de Azajel que precisam de medicamentos e cuidados pré-natal. Não têm alimentação balanceada e darão à luz bebês enfermos. Necessitam de exames regulares. A maioria tem anemia", disse Lubna.
Dos menores afegãos, 75% têm diarreia e disenteria e 35% apresentam infecções cutâneas, disse o vice-presidente da Associação de Pediatria do Paquistão, Sabir Ali. Além disso, "85% estão desnutridos. E não há sinais de que a situação vai melhorar, pela falta de higiene em que vivem os afegãos. Não têm água nem instalações sanitárias e nem uma dieta balanceada", afirmou.
Os acampamentos de refugiados ficam nos arredores de Peshawar, capital provincial, que está a 141 quilômetros de Islamabad, destruídas pelas inundações. Azajel, que tinha 23 mil habitantes, está em ruínas. O Acnur entregou 1.100 barracas, quantidade insuficiente, além de não haver onde serem instaladas. Muitos refugiados afegãos acabaram instalando-se na estrada que vai para Islamabad. Várias famílias montaram suas barracas no meio do caminho, para ficar mais próximas dos veículos, que mulheres e crianças perseguem pedindo esmola.
Os afegãos começaram a emigrar para o Paquistão há cerca de três décadas, após a invasão soviética. Este país chegou a ter 27 acampamentos de refugiados, mas muitos foram fechados há três anos quando sumiu a ajuda internacional. Islamabad concordou que os refugiados ficassem até dezembro de 2012, e a Organização das Nações Unidas implementou um programa de repatriação voluntária. Centenas de milhares de afegãos regressam ao seu país todos os anos.
Desde o início das inundações, cerca de 400 famílias regressaram ao Afeganistão. "Os refugiados que tinham propriedades no Afeganistão regressaram aos seus povoados", disse Zar Alam Jan, um ancião do acampamento. "Mas vamos onde temos de ir. Lá tampouco somos bem-vindos. Temos o dobro de dificuldades. Nosso problema é que não temos propriedades no Afeganistão para nos instalarmos de forma permanente", contou. "O rio levou tudo", lamentou Zar, cofiando a barba cinza. "Azajel não é seguro nem adequado. O Paquistão tem de nos dar um lugar seguro", ressaltou. Envolverde/IPS
Fonte: www.envolverde.com.brRefugiados afegãos no Paquistão afogados pelas penúrias09/09/2010 Ashfaq Yusufzai, da IPS
Quando não olham com tristeza o que foi suas casas ou tentam ajudar algum parente doente, afegãos vítimas das inundações no Paquistão perseguem veículos que circulam pela estrada, que vai de Peshawar até Islamabad, em busca de esmola. O desespero é tão grande que pelo menos cinco mulheres morreram em acidentes nas estradas, correndo atrás de caminhões que elas pensavam estar transportando ajuda humanitária.
As inundações causadas pela monção afetaram o noroeste do país em meados de julho e destruíram tudo em sua passagem. Cerca de 20 milhões de pessoas sofreram as consequências, um em cada dez habitantes, segundo dados oficiais. Não há certeza de que esse número inclua os refugiados afegãos, 1,7 milhão de pessoas. A maioria se encontra na província de Jiber Pajtunjwa.
Com milhões de paquistaneses afetados pelas inundações, os afegãos afirmam que eles não são prioridade para seus anfitriões. Os refugiados, que vivem em 17 distritos de Jiber Pajtunjwa, perderam mais de 12.600 casas e 85.800 deles ficaram sem teto, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Além disso, centenas de milhares de pessoas ficaram sem ter o que comer e beber, muitos adoeceram. Até a ajuda médica demorou a chegar.
"Corri para perto de La Meca para conseguir dinheiro. Meus três filhos estão no hospital", contou o afegão Rasool Shah, de 31 anos. "Eu tinha uma pequena barraca no acampamento que a água levou. Agora não tenho nem um centavo. Os médicos aconselharam a internar meus três filhos por causa de diarreia aguda crônica, mas não temos assistência gratuita", disse.
As vítimas paquistanesas tiveram muito apoio médico, mas os afegãos parece que foram ignorados pelo governo, disse à IPS a presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Paquistão, Lubna Hassan. A situação está muito deteriorada e pode piorar nos próximos dias, afirmaram médicos de uma clínica montada pela organização local Falah Insaniat, perto de Azajel, um dos maiores acampamentos de refugiados.
"A maioria dos habitantes do acampamento tem diarreia, disenteria, tifo, sarna e malária, pois carecem de água potável", disse o médico Riaz Alam. "Recebemos cerca de 300 pacientes por dia, na maioria mulheres e crianças, com diferentes doenças causadas pelas inundações", contou. "Há cerca de 700 grávidas de Azajel que precisam de medicamentos e cuidados pré-natal. Não têm alimentação balanceada e darão à luz bebês enfermos. Necessitam de exames regulares. A maioria tem anemia", disse Lubna.
Dos menores afegãos, 75% têm diarreia e disenteria e 35% apresentam infecções cutâneas, disse o vice-presidente da Associação de Pediatria do Paquistão, Sabir Ali. Além disso, "85% estão desnutridos. E não há sinais de que a situação vai melhorar, pela falta de higiene em que vivem os afegãos. Não têm água nem instalações sanitárias e nem uma dieta balanceada", afirmou.
Os acampamentos de refugiados ficam nos arredores de Peshawar, capital provincial, que está a 141 quilômetros de Islamabad, destruídas pelas inundações. Azajel, que tinha 23 mil habitantes, está em ruínas. O Acnur entregou 1.100 barracas, quantidade insuficiente, além de não haver onde serem instaladas. Muitos refugiados afegãos acabaram instalando-se na estrada que vai para Islamabad. Várias famílias montaram suas barracas no meio do caminho, para ficar mais próximas dos veículos, que mulheres e crianças perseguem pedindo esmola.
Os afegãos começaram a emigrar para o Paquistão há cerca de três décadas, após a invasão soviética. Este país chegou a ter 27 acampamentos de refugiados, mas muitos foram fechados há três anos quando sumiu a ajuda internacional. Islamabad concordou que os refugiados ficassem até dezembro de 2012, e a Organização das Nações Unidas implementou um programa de repatriação voluntária. Centenas de milhares de afegãos regressam ao seu país todos os anos.
Desde o início das inundações, cerca de 400 famílias regressaram ao Afeganistão. "Os refugiados que tinham propriedades no Afeganistão regressaram aos seus povoados", disse Zar Alam Jan, um ancião do acampamento. "Mas vamos onde temos de ir. Lá tampouco somos bem-vindos. Temos o dobro de dificuldades. Nosso problema é que não temos propriedades no Afeganistão para nos instalarmos de forma permanente", contou. "O rio levou tudo", lamentou Zar, cofiando a barba cinza. "Azajel não é seguro nem adequado. O Paquistão tem de nos dar um lugar seguro", ressaltou. Envolverde/IPS
Fonte: www.envolverde.com.br

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