quinta-feira, 31 de março de 2011

MP propõe ação de improbidade administrativa contra Kassab por déficit de vagas em educação infantilImprimirE-mail
Ação contra prefeito de São Paulo tem como fundamento Ações Civis Públicas propostas pelo próprio Ministério Público e por organizações do Movimento Creche para Todos, do qual a Ação Educativa faz parte.

Devido ao persistente descumprimento de decisões judiciais que determinam o atendimento da demanda por educação infantil na Cidade de São Paulo, e à “inequívoca ilegalidade e ineficiência” da política educacional da prefeitura paulistana no atendimento do direito fundamental à educação infantil das crianças de zero a cinco anos, o Ministério Público de São Paulo propôs uma ação civil pública de improbidade administrativa contra o prefeito da Capital Paulista, Gilberto Kassab.

A ação, proposta pela Promotoria de Justiça de Defesa dos Interesses Difusos e Coletivos da Infância e da Juventude da Cidade de São Paulo, é também resultado da mobilização da sociedade civil pelo direito à educação infantil, que utiliza como estratégia – além da pressão sobre os poderes Executivo e Legislativo – agir junto ao Sistema de Justiça, propondo diretamente ações civis públicas ou encaminhando denúncias para o Ministério Público e a Defensoria Pública.

Veja aqui petição inicial da Ação de Improbidade.

As iniciativas das organizações do Movimento Creche para Todos, que além da Ação Educativa é composto pelo CDHEP, Casa dos Meninos, Instituto Padre Josimo e outras organizações e militantes socias, foram mencionadas pelo MP para reforçar o argumento da Ação de Improbidade. Apesar das inúmeras ações judiciais propostas pelas organizações, pelo MP e pela Defensoria, o Prefeito do Município de São Paulo, responsável por cumprir as decisões judiciais, não foi capaz de apresentar um plano de expansão de sua rede ou oferecer perspectiva de solução que revertesse a situação de permanente violação e exclusão. Como vem sendo há tempos destacado pela Ação Educativa, até mesmo as metas estabelecidas nos Planos Plurianuais pela própria administração são desconsideradas. Diante desse cenário, justificou-se a responsabilidade pessoal do gestor público.

Conquista coletiva

A assessora do Programa Ação na Justiça da Ação Educativa, Ester Rizzi, enfatiza que, além da referência expressa às ações civis públicas promovidas pela Ação Educativa e outras organizações que compõem o Movimento Creche para Todos, houve a incorporação de alguns dos enfoques utilizados pelas entidades, tais como a necessidade de um plano de expansão para a rede de educação infantil no município; a crítica à prioridade de abertura de novas vagas em unidades conveniadas; e a existência de orçamento público disponível e não executado. “A utilização desse enfoque na ação jurídica da Promotoria é uma conquista, principalmente tendo em vista que há poucos anos havia um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o MP e a Prefeitura, que levou à não proposição de ações judiciais”, afirma.

Entre 2005 e 2008, foram assinados seguidos TACs entre a administração municipal e o Ministério Público (MP), que deixava de promover novas ações judiciais ou de executar as sentenças já obtidas, desde que fossem criadas cerca de 15 mil novas vagas por ano. Em 2009, no entanto, devido à forma como as vagas foram criadas e à negativa do Município em assumir critérios qualitativos de atendimento da demanda, o TAC não foi assinado e o MP voltou a propor medidas judiciais propriamente ditas.

Litigância

Nesse contexto, as organizações que hoje compõem o Movimento Creche para Todos formularam suas primeiras estratégias de litigância, dentre as quais é possível a disponibilização pública das informações sobre a demanda por educação infantil no Município.

Em dezembro de 2010, a estimativa era de 120 mil crianças (creche e pré-escola) não atendidas na capital. A promotoria entende, na ação proposta contra Gilberto Kassab, que há “omissão do chefe do Poder Executivo”, que “está negando o acesso e a fruição de Direito Fundamental”. Apesar da atuação do Poder Judiciário, não houve “cumprimento das decisões judiciais”. Além disso, o texto do MP questiona a atual política de expansão da rede conveniada que, “pela ausência de fiscalização e estabelecimento de exigências mínimas nos convênios pelo Poder Público, apresentavam baixo potencial de desempenho em termos de ensino, atuando como meras entidades assistenciais e não de educação”. Na avaliação do MP, esta opção política é injustificada, pela perda de qualidade no ensino e por não “reduzir a demanda de forma minimamente satisfatória”.

A ação questiona ainda o “o total desdém no planejamento das novas construções” de creches e pré-escolas, e ressalta, com base em relatórios do TCM, a “capacidade extraordinária que demonstra o Município de São Paulo em ampliar, a cada exercício, as suas receitas”, o que não resulta em expansão da rede.

Além da arrecadação tributária, não foram utilizados, durante os respectivos anos, recursos disponibilizados pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). A prefeitura, afirmam as promotoras responsáveis pela Ação, “deixou de construir 80 escolas de educação infantil, tendo dinheiro suficiente para tanto”, levando-se em conta apenas os recursos do Fundeb. Com base nesses argumentos e na Lei de Improbidade Administrativa, o MP pede a condenação de Gilberto Kassab à “perda da função pública” e à suspensão dos direitos políticos, além do pagamento de multa. Essas são as penas previstas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei n° 8429/92).


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Ester Gammardella Rizzi

Programa Ação na Justiça

Ação Educativa - Assessoria, Pesquisa e Informação

Tel. (11) 3151 2333 (ramal 162)

www.acaoeducativa.org

domingo, 27 de março de 2011

O Papa volta atrás em Sucumbíos, no Equador, e nomeia um Delegado Pontifício


http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=41624

Tenho, no Equador, vários amigos desde o tempo em que ia para lá com certa frequência, e eles me comunicam as notícias daquela Igreja. Graças a isso pude ser o primeiro a informar no dia 30 de outubro (e 02 de novembro) do ano passado a notícia da renúncia do Mons. Gonzalo López(dos Carmelitas), por completar a idade canônica para isso, e a posse doPe. Rafael Ibarguren (dos Arautos do Evangelho), na prelazia de San Miguel de Sucumbíos.

A informação é de Xavier Picaza e está em seu blog Teología sin Censura, 20-03-2011. A tradução é do Cepat.

Em si, era uma mudança normal, pois o Pe. Gonzalo havia completado seus anos de prelado e havia apresentado a renúncia. Mas a forma como se efetuou (a modo de expulsão) e a maneira como os Arautos do Evangelhoentraram em uma prelazia que havia mantido uma trajetória exemplar de Evangelho, fizeram eclodir os protestos de um lado e de outro. Vendo que as notícias e juízos sobre a situação já estavam sendo publicados em diversos meios de comunicação, com certa frequência (em Redes Cristianas eAtrio, por exemplo), desisti de continuar informando sobre o tema, mesmo que soubesse de muitas coisas, de primeira mão, através dos amigos de que falei.

Deixei de dar notícias e, sobretudo, de emitir juízos, porque o assunto era espinhoso e os enfrentamentos dolorosos. Ao longo de quatro meses e meio a situação se havia tornado insuportável. Muitos agentes de pastoral da Prelazia (em grande parte leigos) fechavam as portas aos Arautos do Evangelho e não os deixavam nem celebrar a eucaristia. E os Arautos, por sua vez (respaldados por algum bispo do Equador e pelo Núncio), queriam impor-se também à força, opondo-se em tudo às diretrizes de Mons. Gonzalo (e inclusive à sua pessoa).

Sobre tudo isso informa um portal exemplar da prelazia, intitulado ISAMIS(http://isamis2010.blogspot.com/), a partir de uma perspectiva contrária aosArautos. Teria sido bom conseguir também contatos de um modo pessoal com o Pe. Rafael e com os Arautos, mas isso não me foi possível.

Por isso me limito a publicar a “boa notícia”. Os conflitos da Prelazia chegaram à Santa Sé e o Papa Bento XVI pôde conhecer o caso, e com um gesto de coragem que o honra, voltou atrás. Esta é a notícia que, no sábado (dia de São José), foi publicada em Quito, e comunicada inclusive na missa de várias Igrejas:

O Santo Padre Bento XVI nomeou o Exmo. Miguel Angel Polibio Sánchez, bispo de Guaranda e Secretário da Conferência Episcopal Equatoriana, como Delegado Pontifício da Prelazia de San Miguel de Sucumbíos “donec aliter provideatur”.

Meus informantes não sabem ainda o alcance da notícia, nem que diretrizes o novo Delegado Pontifício irá seguir, nem o que acontecerá com osArautos (se terão que sair da Prelazia). Só sei da notícia, mas ela em si mesma é absolutamente extraordinária. Os protestos de grande parte dos cristãos de Sucumbíos fizeram a Santa Sé mudar, ela que, evidentemente, tem medo de que surja um escândalo (ou inclusive um cisma) não só naquela igreja, mas em muitas outras.

Um amigo, atento a estes temas, me disse que é um caso semelhante ao dos protestos de parte do povo no Magreb... O Papa (o Vaticano) tem medo de que a vontade popular se expresse publicamente e, se isso acontecer, ter que ceder. Sucumbíos pode ser um exemplo de liberdade e evangelho para outras igrejas cristãs, a não ser que se instale entre nós a pura passividade, de maneira que já não sejamos capazes nem de protestar (porque somos tíbios, como disse de um modo impressionante o Apocalipse, quando acrescenta: “por isso, porque não és nem frio nem quente, te vomitarei”).

Talvez este “pequeno caso” de Sucumbíos possa significar uma inflexão na atitude do Vaticano. Estou lendo o novo livro de Bento XVI sobre Jesus. O que se diz nesse livro sobre a liberdade e responsabilidade na Igreja vai absolutamente contra o que estava acontecendo em Sucumbíos.

Deixo aqui a notícia. Outros irão comentá-la e ampliá-la. Agora me limito a recolher (e resumir) uma carta que circula por Quito; é escrita por um membro da Igreja de Sucumbíos (possivelmente um leigo) que escreve aos seus amigos, em carta pública. Me fio em que os dados que traz sejam autênticos. Sua voz é a de centenas de milhares de cristãos da prelazia que vêm protestando contra a “política” adotada pelo Vaticano no caso.

Anexo 1. Carta pública sobre a situação de Sucumbíos (com a notícia final da nomeação do novo Delegado Pontifício)

Meus queridos amigos e amigas:

Aproveito este domingo, 13 de março de 2011, depois de uma grande marcha das Organizações Populares e das Comunidades Cristãs, que aconteceu na sexta-feira, dia 11, exigindo a saída dos Arautos de Isamis, de Sucumbíos e do Equador, para escrever estas palavras. Conversando com algumas companheiras da Federação de Mulheres de Sucumbíos, uma das organizadoras do evento, calculávamos entre 2,500 e 3.000 pessoas na marcha. Foi realmente uma jornada bonita, especialmente pela resposta das comunidades, quanta gente conhecida das comunidades de todas as zonas pastorais, quanto carinho se sentia...! E também uma grande presença das organizações de mulheres (sempre as mulheres), que assumiram realmente a luta como sua.

Bom, vou compartilhar com todos vocês... esta é uma situação que parece que vai se complicando cada vez mais, como é normal. Pessoalmente, não vejo outra solução senão a saída dos Arautos, mas por outro lado, essa solução é muito difícil já que são o Vaticano (Cardeal Díaz, daCongregação da Evangelização dos Povos) e o Núncio no Equador, os artífices deste imbróglio no qual nos meteram.

Não consigo entender como pode ser que esse trabalho que está sendo valorizado e reconhecido por várias Instituições que condecoraram Gonzaloe a Isamis (Organizações de Direitos Humanos [8 de dezembro], ACNUR [Dia dos Direitos Humanos, 10 de dezembro], Universidade Andina – sede de Quito (Professor Honorário, 24 de fevereiro], Governo de Rafael Correa (Condecoração ao mérito em grau de Cavaleiro, 9 de março], Grande Marcha das Organizações e Comunidades [3.000 pessoas, 11 de março])... E nos próximos dias outra condecoração da Assembleia Nacional também o condecorará... além dos incontáveis manifestos de solidariedade chegados ao blog aberto para se solidarizar com Gonzalo, com Isamis e com sua gente.

A Igreja nos pede que façamos uma Igreja inculturada que saiba permear a sociedade e ser fermento da Mensagem de Jesus, e construir a partir daí o Reino... Pois bem, quando uma Igreja, mesmo que pequena, consegue de alguma maneira tornar realidade esse desejo... então vem o Sr. Díaz, de Roma e sem conhecer a realidade – supomos que sob a influência desses poderes e autoridades que dirigem este mundo e suas forças obscuras, os espíritos e forças más do mundo de cima” (Ef 6, 12)... e com a aliança do Núncio no Equador e o próprio Presidente da Conferência Episcopal,Monsenhor Arregui –, quer acabar com esta pequena Igreja... mas lhe está custando um pouco.

Pessoalmente, creio que não se pode chegar a um entendimento com osArautos. Sua concepção de Igreja, pelo que vêm demonstrando, o total desinteresse para conhecer o processo pastoral de Isamis, a atitude cada vez mais agressiva que estão demonstrando, a resposta que deram a todos os que foram dialogar com eles, nos leva à conclusão de que não é possível dialogar.

Com a grande marcha do dia 11 de março se pode constatar que o problema já não é um problema de Igreja, é um problema com muitas implicações sociais, políticas, inclusive geopolíticas com implicação internacional.

Implicação do Governo do Equador

E é esta última implicação que deu pé para que o Governo possa intervir. OPresidente Correa foi claro, e contundente, na hora de manifestar seu apoio ao trabalho de Isamis, aos Carmelitas enquanto tal, e na apresentação de sábado teve expressões muito laudatórias; e em relação àConferência Episcopal também teve expressões muito duras e disse que poderia fazer uso do modus vivendi que lhe permite vetar a nomeação de bispos.

“Nós não queremos ter confrontos inúteis, não queremos polemizar, pior ainda com a Conferência Episcopal e com a hierarquia da Igreja Católica, mas quero dizer-lhes que o tratado que regula as relações entre o Estado Laico-Equatoriano e o Estado do Vaticano nos permite vetar qualquer nomeação de bispo, nunca foi utilizado este expediente e que não nos obriguem a utilizá-lo agora; mas caso insistirem nestes fundamentalismos absurdos de levar à nossa Amazônia ordens que enfatizam o rito, os fundamentalismos morais, com trajes medievais em plena selva, teremos que utilizar esta potestade que nos dá o tratado do modus vivendi”, manifestou o Presidente.

Seria como o Rei da Espanha ajudou Santa Teresa a superar a oposição do Núncio daquele tempo... poderia ser que hoje o Presidente Correa nos ajudaria a tirar os Arautos para poder manter o nosso Projeto de Igreja. De qualquer modo, estamos conscientes de que se conseguirmos superar a etapa dos Arautos, a etapa seguinte será tão dura ou mais... pois como dizia um teólogo: Nossa Mãe Igreja não esquece.

Como estamos? Como podemos... porque a coisa já vai se arrastando por muito tempo. Os poderes inimigos são, como disse São Paulo, muito fortes. Mas a confiança de estar em sintonia com o Evangelho nos dá ânimo para seguir em frente, e para enfrentar como o pequeno “Davi” o gigante “Golias”.

Os Arautos estão alojados na Mitra Diocesana. Esse é seu quartel geral. Fazem suas visitas, mas todos voltam. “Controlam” a paróquia central/catedral e a Igreja do Setor Norte. Aí já nomearam párocos oficialmente. No setor do Divino Niño, nomearam um pároco arauto, mas os ministérios, e algumas organizações tomaram a Igreja e não os deixaram entrar.

Depois nas outras pastorais, na Pastoral da Terra, em sua grande maioria não foram visitadas. Somente em algumas comunidades e ocasionalmente quando há algum funeral, ou alguma festa, e então as visitam. É como se não houvesse sacerdotes diocesanos suficientes para cobrir essa presença, não se pode controlar tudo. Mas até agora estão “respeitando” a presença das equipes missionárias, mas quando tem algum funeral e estão por aí também os da renovação carismática os convidam e eles vão sem sequer avisar a equipe missionária.

Na Pastoral Indígena nem entraram. Somente fizeram algumas visitas a alguma comunidade que está perto da estrada, para tirar fotos e postá-las na sua página na internet e dizer que “evangelizam os índios”...

Já estamos há 70 dias em vigília. Todas as noites, das 19h às 21h, mais ou menos, um grupo, que oscila entre 100, 200, 300 pessoas, nos reunimos para rezar, cantar, nos animar, manter essa atitude vigilante e defesa de nossa Igreja. Não podemos permitir que uma Igreja que foi referência, que já é quase única – uma Igreja entendida como a das Primeiras Comunidades Cristãs –, seja destruída pela própria Igreja.

Há um sentimento de dor devido à divisão que a chegada dos Arautos está produzindo, divisão na Igreja, nas comunidades, nos ministérios, nas próprias famílias. Pouco a pouco, querem açambarcar todos os espaços: a casa diocesana já é uma casa de arautos, ali todos se concentraram, os quase 20; a catedral, a igreja do Norte, a “pastoral social”, a administração, evidentemente; e agora querem a rádio – mas aí todas as pessoas de Sucumbíos pularam!, também querem o Lar Infantil... mas também não estão deixando que isso aconteça; quiseram ocupar a via Colombia, mas aí o Conselho de Pastoral Zonal assumiu uma resistência muito bem organizada... e o resto da pastoral da terra, a pastoral indígena e a pastoral negra.

Vamos ver até onde somos capazes de resistir, a coisa já vai se arrastando demais. E o Núncio não disse nada.

Bom, meus irmãos e minhas irmãs, fico por aqui. Rezem muito, mandem energia positiva, para que toda esta luta esteja em sintonia com o Projeto de Jesus: o Reino; que a Igreja de Jesus saia fortalecida... que seja uma sacudida que obrigue a revisar seu processo.

Um grande abraço...

E pouco antes de enviar esta carta, chega a notícia de que o Papa nomeou oMons. Angel Polibio Sánchez, atual secretário da Conferência Episcopal Equatoriana, como Delegado Pontifício para o Vicariato de Sucumbíos. Confiemos que essa medida ajude a superar os problemas de Isamis... confiamos em suas orações.


Anexo 2. Presidente da República condecora o Mons. Gonzalo López

Durante o seu programa semanal em cadeia nacional, o presidente Rafael Correa voltou a se referir ao problema originado na Igreja San Miguel de Sucumbíos com a chegada da congregação Arautos do Evangelho para administrar o Vicariato que, por 40 anos, esteve sob a direção dosCarmelitas Descalços liderados pelo Mons. Gonzalo López Marañón.

Após destacar o reconhecimento entregue pelo governo federal na quarta-feira, 9 de março, ao monsenhor Gonzalo López no palácio do governo, opresidente Correa se referiu com termos duros à hierarquia da Igreja católica do Equador, por ter enviado a Sucumbíos a congregação Arautos do Evangelho.

Nesse contexto advertiu que vetará a nomeação do bispo em Sucumbíos que vier de congregações que se contraponham ao modelo de igreja social e progressista (9 de março de 2011: adiosucumbios.org.ec/index.php?option=com_content&view=article&id=277).

O padre Rafael Ibarguren, administrador do Vicariato Apostólico San Miguel de Sucumbíos, em seu programa dominical denominado “A palavra se fez carne”, transmitido pela Rádio Sucumbíos, se referiu ao polêmico assunto, tomando uma publicação do jornal El Universo, de circulação nacional.

O presidente Correa, por sua vez, também reconheceu o trabalho das diferentes ordens religiosas que se encontram na Amazônia equatoriana.

Para ler mais:

‘Pedimos a saída dos Arautos do Evangelho de Sucumbíos’

Missão de Sucumbíos faz Assembleia sem os Arautos

Manifesto da Igreja de San Miguel de Sucumbíos

Carmelitas brasileiros se solidarizam com a Igreja de San Miguel de Sucumbíos

terça-feira, 22 de março de 2011

22 DE MARÇO, DIA MUNDIAL DA ÁGUA.

Água e Águas

de Roberto Malvezzi (Gogó) *

Para muitos cientistas, o aquecimento global é o maior desafio que a humanidade já enfrentou.


Quando a Bíblia fala em "água", está falando de algo benfazejo, bom, comparando até o próprio Deus da Vida como "um rio de água viva". É a água serena de um rio calmo, de um banho revitalizante, de um copo d'água cristalino quando temos muita sede. Também de uma chuva serena, que irriga a terra e faz a ressurreição da caatinga depois de meses sem chuva. Então tudo reverdece, o que parecia morto revive e a vida explode em toda sua biodiversidade e beleza.
É essa água que buscamos de modo incessante, assim como o povo do nosso semi-árido, guardando-a até numa simples cisterna, para que ela não falte nos períodos em que normalmente não haverá chuvas. É dessa forma que aproximadamente 400 mil famílias já adquiriram sua cisterna, participando de uma luta coletiva que lhes dá o mínimo para viver.
Também na briga pelo Rio São Francisco, ou na resistência a obras estúpidas como Belo Monte, no fundo está a defesa de nossos rios, caminhos que andam, veias que irrigam o corpo da Terra e abastecem as populações que procuraram suas margens para viver melhor.
A água na Bíblia
Entretanto, quando a Bíblia fala em "águas", como as do dilúvio, ou as do Mar Vermelho que cobriram o exército dos egípcios, está falando de sua força devastadora.
Em nada essa experiência é diferente do que experimenta hoje a população de Santa Catarina, ou dos morros de Teresópolis, ou a população sertaneja de Pernambuco e Alagoas. Sob as águas e a lama vão as casas, os bens, quando não a própria vida. É a experiência da fúria natural pela força das águas.
O que resta é sempre um cenário de destruição total. Tudo que estava no caminho das águas fica destruído. Reconstruir o patrimônio de famílias, comunidades e de cidades inteiras tem custo e marca o corpo e a alma.
Devido ao aquecimento global os climatologistas já nos avisaram que esses fenômenos vão se tornar cada vez mais constantes e intensos. Portanto, podemos e devemos nos preparar para o pior, pelo menos até onde é possível chegar essa precaução.
Claro que está em jogo a ocupação de morros, de margens de rios, assim por diante. Porém, a humanidade sempre procurou as margens dos rios, para estar próxima das águas. Mas, as enchentes eram naturais, com ciclos mais regulares, permitindo aos povos desenvolver uma convivência mais pacífica com as variações dos rios.
No São Francisco, por exemplo, vi muitas vezes as comunidades fincarem estacas junto à linha d'água para averiguar a elevação do seu nível no dia seguinte. Hoje, as águas chegam diluvianas de um instante para o outro, não permitindo sequer sair de casa.
Campanha da Fraternidade
O tema da Campanha da Fraternidade desse ano é justamente o aquecimento global. Ele está alterando rápida e violentamente o regime das águas. Com mais calor há mais evaporação. Com mais evaporação há, por consequência, mais precipitação e, particularmente, precipitações mais concentradas. A chuva que se abateu sobre Nova Friburgo foi cerca de 180 milímetros, o que significa 180 litros de água por metro quadrado. Em qualquer lugar do mundo seria devastadora. Porém, se cai em áreas ambientalmente alteradas pela ação humana, transforma-se em tragédia.
Para muitos cientistas o aquecimento global é o maior desafio que a humanidade já enfrentou. Para James Lovelock, diante desse fenômeno, todos os outros problemas humanos são praticamente irrelevantes. Se a temperatura média da Terra se elevar de dois até seis graus, o planeta vai se tornar um inferno. A mudança no regime das águas será um dos fatores mais devastadores como consequência dessas mudanças.
O Brasil não é um país preparado para enfrentar essa nova realidade. Nossa população foi expulsa massivamente do campo e teve que se arranjar nas cidades. Sem espaço nos meios mais elitizados, acabou ocupando as encostas dos morros. Aliás, a expressão "favela" tem origem em uma árvore nordestina, que faz a pele arder intensamente quando toca o corpo. Dizem os estudiosos que foram os soldados remanescentes da guerra de Canudos que, ao voltarem para o Rio de Janeiro, sem espaço para ficar, ocuparam os primeiros morros cariocas e deram a essas ocupações o codinome de "favelas". Sabiam o que tinham encontrado no sertão, sabiam o que estavam encontrando no Rio.
A ocupação das cidades, portanto, se deu sem qualquer planejamento, a não ser a necessidade de mão-de-obra barata para atender à industrialização brasileira. Hoje, cidades assim precárias e injustamente construídas, não têm condição de suportar o aumento na pluviosidade e na precipitação concentradas, geradas pelas mudanças do clima.
A chamada Defesa Civil não está preparada para fenômenos desse porte. Já se fala que teremos que lidar com essas questões como os países que sofrem furacões tiveram que se preparar para enfrentá-los. Portanto, demanda uma nova cultura diante das catástrofes, mas demanda também pessoas e muitos investimentos.
Costumamos repetir que não estamos em uma "época de mudanças", mas em uma "mudança de época". A sociedade que vivemos, assim como a Terra que vivemos, serão bastante diferentes ao final desse século. Talvez muito piores. Uma verdadeira incógnita.
Por isso, a imensa responsabilidade dos que dirigem a humanidade e nosso país nesse momento. O futuro vai depender das decisões hoje tomadas. Uma delas diz respeito às mudanças no Código Florestal. A proposta, oriunda do setor empresarial do campo, mas que inclui também medidas para as cidades visa facilitar o desmatamento em morros e margens de rios, exatamente onde está a maior vulnerabilidade ambiental. Permitir essas mudanças, só porque há um setor da sociedade poderoso política e economicamente, é consolidar a tragédia para as gerações futuras, que podem ser nossos filhos e netos. Esse talvez seja o exemplo mais cabal do ponto que pode chegar a irresponsabilidade humana. Parodiando Millôr Fernandes, a humanidade "já deu provas que pode chegar até o limite de sua ignorância e, no entanto, prosseguir".
* Roberto Malvezzi é membro da Equipe Terra, Água e Meio Ambiente do CELAM. Publicado na revista Missões, n. 02, Março de 2011.
Fonte: Revista Missões

segunda-feira, 21 de março de 2011

mensagem: A VIRTUDE!

A virtude da Indulgência
A indulgência é uma virtude sem a qual não podemos evoluir.
Através da indulgência para com nossos irmãos de jornada,
vamos aprendendo a desenvolver em nós outras virtudes.
Porque é ela que nós da sustentação e o discernimento para compreender
todas as dificuldades do outro, sem julgarmos mas sim auxiliarmos
e consequentemente estaremos nos ajudando em nossa reforma interior.
Através da indulgência, poderemos por em prática a verdadeira caridade,
porque estamos tendo a oportunidade de compreender
o outro como ele se apresenta a nós, com todos os defeitos e erros.
Lembramos que ser indulgente, não é ser conivente com as faltas do outro,
mas sim compreender o que o levou a errar.
Para podermos exercitar a indulgência, devemos nos abster de julgamentos
que não nos levam a nenhum tipo de crescimento.
Quando colocamos a indulgência como parceira de nossa modificação interior,
temos a certeza de que estamos no caminho do Cristo
Uma prece ao Mestre

Querido Mestre Jesus,
Hoje estou aqui, para agradecer por tudo que estou passando,
e tenho certeza de que estas olhando por mim.
Agradeço pelas lutas que tenho que enfrentar diariamente;
Agradeço pelos espinhos que tenho que transpor todos os dias;
Sei que tudo que estou passando neste momento,
me levará a melhora dos meus sentimentos;
Agradeço pelas dores da alma em que me encontro neste momento,
porque é através delas que conseguirei forças
para sanar as minhas chagas interiores;
Agradeço pela família que me deste;
Agradeço pela condição material que me deste;
Agradeço pela oportunidade do aprendizado;
Agradeço por ser meu fiel amigo de todas as horas;
E principalmente agradeço pela oportunidade da vida.
Que assim seja!
A responsabilidade

A responsabilidade nos leva ao equilíbrio e ao discernimento.
Quando pautamos nossa vida pela responsabilidade
e executamos nossos deveres e obrigações materiais ou morais,
buscando o aperfeiçoamento, estamos proporcionando a nós
a tranqüilidade e a serenidade para caminharmos sem atropelos.
Se tomarmos o rumo da irresponsabilidade, teremos muito sofrimento
e angustia dentro dos nossos corações e desta forma estaremos
maltratando nossa mente e nosso corpo físico.
Temos a responsabilidade em tudo que nos acontece
seja material ou emocional, tudo depende de como reagimos
diante de cada situação.
Por isso a importância de sempre estarmos buscando
bons pensamentos e a reflexão sobre nossos atos,
porque seremos cobrados por tudo que fazemos,
então busquemos a responsabilidade como nossa companheira
sempre que precisarmos tomar alguma decisão,
não vamos deixar que o impulso tome conta de nossas ações,
para não nos arrependermos mais tarde.
Responsabilidade moral

Muitas vezes somos conduzidos ao erro, por falta de
responsabilidade por nossos atos, e com isso deixamos de evoluir moralmente.
Temos a responsabilidade moral para com nossos irmãos,
e isso significa que não devemos nunca faltar com a verdade
ou praticar atos que possam levar o outro ao engano.
Somos irmãos perante Deus, contudo muitas vezes não agimos
desta forma, queremos levar vantagem, estar à frente do outro,
enquanto que deveríamos chegar todos juntos.
Não devemos atrasar a caminhada de ninguém, devemos sim auxiliar
sempre aqueles que precisam da nossa ajuda para evoluir.
Somos responsáveis uns pelos outros, independente do parentesco
sanguíneo, uma vez que fazemos parte de uma família Universal
onde devemos protegê-la e acima de tudo, amá-la e conduzi-la ao caminho do bem.
Este é o caminho que Jesus espera que tomemos, mas muitas vezes
nos esquecemos e ferimos nossos irmãos por orgulho e vaidade,
porque nos achamos capazes de caminharmos sozinhos,
e este é o maior dos enganos que podemos ter em nossa caminhada,
devemos sim, propagar sempre o bem e tentarmos de todas as formas
transformarmos esses sentimentos egoístas em sentimentos fraternos e de união.
Bem sabemos que a união nos leva a força, e tendo a força seremos mais confiantes.
Diante disso, temos para com o nosso irmão a responsabilidade moral
de servir sempre que formos solicitados ao auxílio do próximo.
Responsabilidade sobre nossos atos

.
Estamos todos a caminho da evolução, em espírito ou no corpo físico (alma),
Deus nos deixou o livre-arbítrio para fazermos nossas escolhas
e nos responsabilizarmos por elas, pois cada um de nós é
uma individualidade e diante disso, somos os condutores
de nossas ações perante nossa trajetória.
A responsabilidade nos obriga a responder por nossas ações, pois
existe uma cobrança em nossa consciência sobre tudo que fazemos,
e esta cobrança pode não ser imediata, mas nos visita a consciência
sempre que agimos de forma irresponsável e seja em qualquer tempo,
a cobrança sempre vem.
Temos a responsabilidade por nossas palavras, por nossas atitudes
para com o outro e por nossos sentimentos e pensamentos.
Escolhemos sofrer ou ser feliz, é nossa a responsabilidade
de traçarmos uma vida calma, segura e pautada pelo amor em tudo que fazemos.
Quando nos pegamos na irresponsabilidade de nossas ações ou sentimentos,
estamos passando por cima das Leis Divinas, que nos pede a todo
instante conduzir nossa vida no caminho do bem, com bons sentimentos e pensamentos.
Somente assim poderemos realmente colocar a responsabilidade
a frente de nossos atos, e desta forma poderemos desenvolver
a nossa reforma moral e sempre plantar o bem por onde passarmos,
sem que ninguém possa se perder pelo caminho.
É desta forma que desenvolveremos em nós a segurança
de estarmos no caminho do bem.
Um amigo chamado Jesus

Todos têm um amigo inseparável e único, o nome dele é Jesus.
Ele nos socorre sempre, está sempre preocupado conosco,
mesmo muitas vezes nos esquecendo Dele, Ele nunca nos esquece.
Está em todos os momentos de nossa caminhada ao nosso lado,
orientando e nos amando incondicionalmente,
nós é que não estamos sempre dispostos
a conversar com Ele e receber sua ajuda.
Quando estamos desesperados em nossas dificuldades
é Ele que nos ampara e nos mostra as resoluções.
Sempre deixa para nós uma porta aberta.
Procura carregar-nos no colo todas as vezes que nossas
pernas não têm mais força para caminhar.
Enxuga nossas lágrimas de dor e sofrimento,
somente através do amor que nos transmite.
Se você esqueceu que tem esse amigo,
então retome a consciência de sua vida e
procure-o através da prece
e diga a Ele que o ama e que é parte fundamental
para atingir os objetivos da sua vida.
Os Amigos Caminham Juntos

.
Quantas vezes nos sentimos só, achamos que estamos
percorrendo uma estrada onde ninguém pode nos segurar a mão.
De repente nos encontramos com pessoas que nos
estendem as mãos e caminham juntas conosco.
Esse é o nosso amigo, aquele sem intenções escusas
nos aceita do jeito que somos e comprometem-se
em nos ajudar sempre sem nenhum pagamento em troca.
Os amigos de verdade, não deixam de apontar em nós
nossos erros, e devemos com todas as nossas forças
aceitar seus conselhos porque com certeza sempre querem o melhor para nós.
Os amigos querem caminhar juntos conosco,
não querem chegar a nossa frente na caminhada da vida,
querem sim estar ao nosso lado para que juntos possamos
chegar vitoriosos em nossas batalhas da vida.
Não deixe que seu amigo vá embora, sempre que sentires
que o está perdendo, reflita sobre seu comportamento
e suas ações e veja se não está deixando de doar-se verdadeiramente a ele.
Lembre-se, quem tem amigos jamais vai caminhar sozinho,
estará sempre amparado.
Doe-se verdadeiramente ao seu amigo, diga a ele que é
importante em sua vida, não deixe de acreditar no Amor
do seu amigo, mesmo que tenha acontecido algo que você
não tenha aprovado, procure-o e peça desculpas
e acima de tudo fale a ele o quanto é importante em sua vida.
E segure-o pelas mãos e vá enfrente em sua caminhada.
A amizade

A amizade é um sentimento único, onde colocamos em prática
nosso senso de doação ao outro, através da compreensão,
do apoio e do amor fraterno.
A verdadeira amizade é aquela onde doamos ao outro
todo nosso afeto e amor sem segundas intenções,
buscamos somente o companheirismo e a doação
dos nossos melhores sentimentos.
Ter um amigo deve significar cumplicidade de sentimentos
e estar sempre à disposição para ajudar sem esperar nada em troca.
É estar presente em todos os momentos do outro
e acima de tudo não ser conivente com seus erros
mais ajuda-lo a superar suas dificuldades.
A amizade é dádiva Divina, porque muitas vezes
nos damos melhor com um amigo do que com nossos próprios familiares
e a providência divina proporciona a nós a oportunidade
de nos encontrarmos com esses amigos que nos são muito valiosos
e perceba que a consangüinidade não é sinal de amizade e cumplicidade.
Por isso a amizade vai além da matéria.
Se tiveres um amigo querido, preserve-o sempre,
não importa se ele está longe ou perto,
o que importa é o seu sincero reconhecimento desta amizade!!!

sexta-feira, 18 de março de 2011

POLÍCIA MATA 33,5 MIL JOVENS EM 5 ANOS



Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial

Campanha de Mobilização contra o genocídio da população negra

No dia 21 de março de 1960, em Johanesburgo - África do Sul, mais de 20.000 pessoas protestavam contra a Lei do Passe (que obrigava os negros portar um documento que restringia sua circulação no próprio país), foi duramente reprimida pela a polícia do regime do Regime Racista do apartheid, matando 69 pessoas e ferindo 186. Neste dia é celebrado mundialmente como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, em referência ao Massacre de Shaperville.

Sexta 11/03, “O atleta negro TAIRONE SILVA, 16 anos, de Osório-RS, campeão gaúcho e brasileiro de boxe juvenil, foi assassinado por um PM. TAIRONE, que participou recentemente de um programa RBS Esportes, postado no Youtube, também havia sido convidado para equipe brasileira de boxe. O racismo continua arraigado... viceja por todo o nosso cotidiano, cortando a vida e a trajetória de muitos dos nossos jovens negros, devido a uma policia racista!!!!!! Iosvaldyr carvalho Bittencourt Jr.”

No Brasil, no ano passado, em menos de uma semana, a PM paulista assassinou dois motoboys, jovens negros inocentes: Alexandre Menezes dos Santos, 25 anos, teria furado um bloqueio e andado mais 50 metros com sua moto até a porta de casa. Eduardo Luiz Pinheiro dos Santos, 30, foi acusado de desacatar um PM. Dezenas de casos semelhantes ocorreram na baixada santista e em todo estado de SP. Assassinatos, como o do atleta negro gaúcho Tairone, cometidos pela PM, acumulam-se aos milhares, em todos os estados do Brasil, governados pelo PT, PSDB, PMDB, PSB e demais partidos, todos os dias, configurando um verdadeiro genocídio através do extermínio da juventude negra.

A política do estado, de criminalização dos movimentos sociais, tem sido uma pratica freqüente destes governos, suas policias e pela justiça, perseguindo, processando e prendendo injustamente muitos os lutadores do povo (indígenas, assentados, quilombolas, sem terra, sem teto, camelos, trabalhadores grevistas e estudantes), como repressão a suas causas e justa militância. Um caso emblemático é a cilada montada, em julgamento próximo, do companheiro Gegê, importante liderança do movimento pela moradia, acusado em um processo sem provas e cheio de vícios.

O mapa da violência, publicado no final do ano passado pelo Instituto Sangari em parceria com o Ministério da Justiça, aponta que os homicídios praticados no Brasil (a maioria pela policia), superam as mortes em territórios conflagrados. Os 27 anos de guerra em Angola matou 550.000 pessoas. Em 11 anos, entre 1997 e 2007, no Brasil, as vitimas fatais foram mais 512.000, comenta o pesquisador Luiz Flavio Gomes. Sendo que 3 em 4 vitimas são jovens negros entre 12 e 25 anos, 70% sem passagem na policia. Uma verdadeira guerra civil não declarada, contra o inimigo eleito pelas elites e pelo estado brasileiro: o povo negro, os indígenas e os pobres.

O governo federal, os estaduais e a elite racista, condenam e aprofundam a pobreza e o desemprego, saqueando os recursos públicos, interessados apenas em pagar os custos financeiros das milionárias campanhas eleitorais e os custos político, com ampla distribuição benesses e cargos, em pagamento aos aliados. Impondo cortes no orçamento federal de R$ 50 bilhões. Reduzindo investimentos em políticas sociais, suspendendo concursos públicos, demitindo trabalhadores e sucateando os precários serviços públicos, piorando o péssimo atendimento a saúde publica do SUS, e a qualidade do ensino fundamental e médio.

O Plano Nacional de Segurança Publica do governo Lula, cujo propósito era liberar verbas para os governos estaduais melhorar o aparelhamento de suas policias, em contrapartida, educar as policias para o respeito dos direitos humanos. Resultou na maior matança de todos os tempos, sem qualquer cobrança do governo federal, do judiciário ou no parlamento dos crimes cometidos.

A ocupação do Haiti foi o laboratório para o treinamento do exercito brasileiro em conflitos urbanos. A recente Garantia de Lei e Ordem do governo federal autoriza o exercito a atuar na ocupação e repressão das favelas, o que ameaça os pilares da democracia brasileira.

O governo federal apóia as UPP´s (Unidade de Polícia Pacificadora) do governador do RJ, Sergio Cabral, PMDB-RJ, utilizando as policias estaduais, a força nacional e as forças armadas, no sitiamento, desalojamento e remoção de comunidades e populações empobrecidas e marginalizadas, como modelo para todos os estados. Salvador e Aracaju receberão as próximas UPP´s, com o propósito de abrir um raio de segurança aos turistas que virão para o Brasil durante as olimpíadas de 2014 e a Copa do Mundo em 2016, beneficiando o milionário negocio do turismo das elites políticas e econômicas brasileiras. A Operação Saturação, do governo Alckmin em São Paulo, segue o mesmo padrão de atuação das UPPS.

Senadores e deputados atacam (ou se calam, demonstrando conivência) as conquistas da população negra, e da população trabalhadora nos últimos 30, 40 anos, propondo leis em beneficio próprio (como os recentes aumentos reais de salários de até 60%, para todos os parlamentares, presidente, ministros e juízes), em prejuízo do mísero e vergonhoso salário mínimo de R$ 545,00, imposto aos trabalhadores mais humildes e aos aposentados.

Neste semestre, devem ser julgadas no STF - Supremo Tribunal Federal, A ADIN-Ação Direta de Inconstitucionalidade 3239, contra o decreto 4887/2003 (que regulamenta a titulação das terras quilombolas), impetrada pelo deputado Valdir Collato do PMDB-SC, bem como, a ação ajuizada pelo DEM contrario as cotas raciais, ambas conquistas do movimento negro e da juventude universitária brasileira.

Convocamos todos os lutadores e a população em geral, a se juntarem nesta mobilização para por um fim nas arbitrariedades das elites e dos governos racistas.

· Contra a violência do estado policial

· Contra o genocídio da juventude e da população negra Negra!

· Repudio a ADIN dos Ruralistas contra a Titulação das Comunidades Quilombolas!

· Abaixo a Ação do DEM contrária as cotas, no STF!

· Contra a implementação das UPP´s e do uso exército para repressão a população!

· Contra a criminalização dos Movimentos Populares!

· Pela absolvição de todos os perseguidos por suas atuações políticas!

COMITÊ DE MOBILIZAÇÃO CONTRA O GENOCÍDIO DA POPULAÇÃO NEGRA

Reuniões Todas as Sextas Feiras – 18:00hs – Escritório da UNEafro-Brasil – R. Abolição 167 – Bela Vista - SP

http://contraogenocidio.blogspot.com/


terça-feira, 8 de março de 2011

O Dia da Mulher

08/03/2011 | Jaime C. Patias *

Em plena Terça feira de Carnaval, hoje, dia 8 de março, celebramos o Dia Internacional da Mulher. Na Bíblia, a presença das mulheres é determinante. Hoje elas são personagens importantes nas nossas comunidades e vêm conquistando espaço em todas as atividades da sociedade e da Igreja. O Brasil tem sua primeira mulher presidente e outras nove no primeiro escalão do governo. Em artigo publicado na revista Missões, Edição de Março 2011, a pedagoga Maria das Graças Cordeiro repassa a história para resgatar momentos das mulheres. "Empunhando suas bandeiras de luta, elas perdem e ganham, para definitivamente, vencerem. Elas renascem como parteiras da própria libertação", afirma a pedagoga. Apesar dos avanços, ainda há muito por conquistar em todos os setores da sociedade, inclusive na Igreja.

Na Itália, cansadas das notícias sobre corrupção e degradação moral envolvendo o primeiro-ministro Silvio Berlusconi, no dia 13 de fevereiro de 2011, milhares de mulheres fizeram manifestações em 230 cidades para dizer um "basta" à exploração da imagem feminina como objeto descartável. Entre as diversas organizações, as mulheres religiosas foram representadas pela irmã Eugenia Bonetti, missionária da Consolata, com 24 anos de missão na África e larga experiência de trabalho na Itália, onde conheceu o desespero e a escravidão de tantas mulheres trazidas ao país com a promessa de uma vida confortável, para depois caírem na rede da criminalidade. "Estou aqui para dar voz aos que não têm voz, às novas escravas, vítimas do tráfico de seres humanos para exploração laboral e sexual. Para lançar um apelo forte para garantir o reconhecimento da dignidade e restaurar a verdadeira imagem de mulheres arquitetas de suas próprias vidas e de seu futuro", disse irmã Eugenia, que desde o ano 2000 trabalha em Roma como responsável pelo departamento de "Tráfico de Mulheres e Crianças" da União dos Superiores Maiores da Itália, com centenas de religiosos atuando na área.

É importante dar eco à voz sábia e profética da Vida Consagrada, nas palavras da Irmã Eugênia. Na sua corajosa denúncia, a religiosa sublinhou ainda que "a prostituição do corpo e da imagem das mulheres tornou-se parte integrante de programas de televisão e de notícias, cultura da vida cotidiana proposta para todos, inclusive para as crianças a quem nós pensamos proteger". Ao celebrarmos o Dia da Mulher é nossa missão refletir sobre sua condição, "muitas vezes considerada apenas pela beleza e aparência externa do corpo e não pela riqueza de seus verdadeiros valores como inteligência ou beleza interior, por sua capacidade de acolher, pela intuição, dom e serviço, pela sua genialidade ao transmitir o amor, a paz e a harmonia para nutrir e fazer crescer a vida".

* Jaime C. Patias, imc, é diretor da revista Missões.

Fonte: Revista Missões

O renascimento feminino cotidiano

08/03/2011 | Maria das Graças Cordeiro de Medeiros *

As mulheres lutam desde os tempos bíblicos, por dignidade própria e pelas causas sociais em que acreditam.
Este 8 de março, Dia Internacional da Mulher, reveste-se de uma importância ainda maior para as brasileiras. O país tem sua primeira mulher presidenta da República. É conquista grande, porém, não mais meritória do que as de outras mulheres que, diariamente, quebram resistências e preconceitos. Ocorre que a simbologia e a importância do cargo de presidenta da República colocam a mineira Dilma Rousseff como marco na escalada nacional das mais recentes conquistas femininas. Essa luta da mulher por reconhecimento social, intelectual e econômico vem de muito longe no calendário e na história.

Como a mídia nos recorda, tudo começou em 1857 numa fábrica de tecidos da cidade norte-americana de Nova York. Eram 129 operárias que se rebelaram contra o sistema desumano de uma carga horária de 18 horas diárias, salários inferiores aos dos homens, inexistência de folga semanal e também de férias. Para impedir a greve, os patrões fecharam as trabalhadoras no interior da fábrica e atearam fogo ao prédio. Todas morreram carbonizadas no fatídico 8 de março de 1857. A data foi consagrada à memória das vítimas e entrou para o calendário mundial como Dia Internacional da Mulher, marco da luta sem trégua pelos direitos femininos. (É importante destacar outro fato: um incêndio, só que em 25 de março de 1911 e de forma diferente da narrada pela imprensa).

Mulheres e Igreja
Em 11 de abril de 1963, Quinta-feira Santa, o papa João XXIII assinava a encíclica Pacem in Terris (Paz na Terra), código de ética e pastoral que inspira a própria Igreja e homens de boa vontade a tomarem consciência de um fenômeno que em tempos modernos muda as condições da mulher no ambiente público: "... o fato por demais conhecido do ingresso da mulher na vida pública: mais acentuado talvez em povos de civilização cristã; mais tardio, mas já em escala considerável, em povos de outras tradições e cultura. Torna-se a mulher cada vez mais cônscia da própria dignidade humana, não sofre mais o ser tratada como um objeto ou um instrumento, reivindica direitos e deveres consentâneos com sua dignidade de pessoa, tanto na vida familiar como na vida social" (Pacem in Terris, n.41).

O fato é que a Igreja se posiciona, dando uma atenção especial em se tratando da dignidade da mulher e da sua vocação. A Carta Apostólica de João Paulo II, Mulieris Dignitatem, publicada no Ano Mariano em 15 de agosto 1988, na celebração da festa da Assunção de Maria Santíssima, nos diz: "As mulheres foram escolhidas por Deus a fim de prepararem cada etapa da nossa fé e assim nos levarem a amar e a entender como o plano divino conta conosco, especialmente com as mulheres, para a sua realização total".

Ultimamente, a questão dos direitos da mulher tem adquirido um novo significado no amplo contexto dos direitos da pessoa humana. A mensagem bíblica e evangélica guarda a verdade sobre a unidade do homem e da mulher, isto é, sobre a dignidade e a vocação, que resultam da diversidade específica e originalidade pessoal de cada um. Os recursos pessoais da feminilidade certamente não são menores que os da masculinidade, mas são diversos. A mulher, portanto, - como também o homem - deve entender a sua realização como pessoa, a sua dignidade e vocação, segundo a riqueza da feminilidade, que ela recebeu no dia da criação e que herda como expressão, que lhe é peculiar, da "imagem e semelhança de Deus". Naturalmente, Deus confia todo homem a todos e a cada um. Todavia, este ato de confiar refere-se de modo especial à mulher por sua vocação materna.

Testemunhos femininos
A Igreja inspira-se nas figuras femininas do Antigo Testamento, nas mulheres do tempo de Cristo e de épocas sucessivas, até os nossos dias, para lidar com a realidade feminina. No Antigo Testamento as narrativas mostram relacionamentos recíprocos e interdependentes como base para a vida e formação do "Povo de Deus". Rebeca é apresentada como um novo Abraão, pronta para deixar a sua terra e a família e continuar a formação do povo escolhido. No livro do Êxodo, foram as mulheres, das mais pobres até a própria filha do faraó, que salvaram o menino Moisés e colaboraram para libertar o povo da escravidão. No Novo Testamento, as mulheres cristãs "emolduram a vida de Jesus como discípulas". É de singular destaque a Virgem Maria, que integra o humano e o divino em comunhão com o Deus da vida. O testemunho e as obras de mulheres cristãs tiveram um influxo significativo na vida da Igreja, como também na da sociedade. Mesmo diante de graves discriminações sociais, as mulheres santas agiram fortalecidas pela união com Cristo. Essa união e liberdade enraizadas em Deus explicam, por exemplo, as grandes obras das doutoras da Igreja Santa Catarina de Sena, da Ordem Terceira Dominicana, no século XIV, ao lutar pela unidade e pacificação dentro da própria Igreja, e da carmelita Santa Teresa D'Avila, no século XVI, influenciando a vida monástica com as reformas dos conventos femininos da sua ordem.

Hoje, a Igreja não cessa de enriquecer-se com o testemunho das mulheres que realizaram a sua vocação de santidade como Tereza de Calcutá e irmã Dulce, entre outras, religiosas dedicadas à causa de enfermos terminais, da pobreza e do abandono humano. Existem ainda mártires das próprias causas que abraçaram. Uma delas é a missionária norte-americana Dorothy Stang, assassinada na Amazônia por defender direitos de posseiros humildes contra grileiros poderosos. Outro testemunho é o da doutora Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, movimento que salvou, no Brasil, milhares de meninos e meninas subnutridos. Ela levou a experiência vitoriosa para o Haiti, onde foi uma das vítimas fatais do terremoto avassalador no ano passado.

O tempo passa e as lutas femininas não passam. Depois de vitórias em todos os campos, onde foi discriminada e injustiçada, a mulher acaba de ganhar mais uma batalha na guerra contra a truculência do braço armado do machismo. A Lei Maria da Penha - 11.340, aprovada no Congresso em 7 de agosto de 2006, pune com rigor homens que agredirem suas companheiras, dentro e fora de casa. Assim, empunhando suas bandeiras de luta, as mulheres perdem e ganham para definitivamente, vencerem. Elas renascem como "parteiras da própria libertação".

* Maria das Graças Cordeiro de Medeiros é pedagoga, cursa Teologia e é leiga engajada na pastoral do Batismo da Paróquia Maria Mãe de Deus, arquidiocese da Paraíba. Publicado na revista Missões, n. 02, Março de 2011.

Fonte: Revista Missões

sábado, 5 de março de 2011

PROGRAMAÇÃO DAS OLIMPÍADAS

PREVISÕES DE PAI JOSÉ SIMÃO PARA AS OLIMPÍADAS NO RIO - 2016 De 2010 a 2015 NO BRASIL VARONIL

1. ONGs vão pipocar dizendo que apóiam o esporte, tiram crianças das ruas e as afastam das drogas. Após as olimpíadas estas ONGs desaparecerão e serão investigadas por desvio de dinheiro público. Ninguém será preso ou indiciado.

2. Um grupo de funk vai fazer sucesso com uma música que diz: vou pegar na tua tocha e você põe na minha pira.

3. Uma escola de samba vai homenagear os jogos, rimando “barão de coubertin” com “sol da manhã”. Gilberto Gil virá no último carro alegórico vestido de lamê dourado representando o “espírito olímpico do carioca visitando a corte do Olimpo num dia de sol ao raiar do fogo da vitoria”.

4. Haverá um concurso para nomear a mascote dos jogos que será um desenho misturando um índio, o sol do Rio, o Pão de Açúcar e o carnaval, criado por Hans Donner. Os finalistas terão nomes como: “Zé do Olimpo”, “Chico Tochinha” e “Kaíque Maratoninha”.

5. Luciano Huck vai eleger a Musa dos jogos, concurso que durará um ano e elegerá uma modelo chamada Kathy Mileine Suellen da Silva.

Abertura dos jogos

1. A tocha olímpica será roubada ao passar pela baixada fluminense. O COB vai encomendar outra com urgência para um carnavalesco da Beija flor.

2. Zeca Pagodinho, Dudu Nobre e a bateria da Mangueira farão um show na praia de Copacabana para comemorar a chegada do fogo olímpico ao Rio. Por motivo de segurança, Zeca Pagodinho será impedido de ficar a menos de 500 metros da tocha.

3. Durante o percurso da tocha, os brasileiros vão invadir a rua e correr ao lado dela carregando cartolinas cor de rosa onde se lê GALVÃO FILMA NÓIS, 100% FAVELA DO RATO MOLHADO.

4. Pelé vai errar o nome do presidente do COI, discursar em um inglês de merda elogiando o povo carioca e, ao final, vai tropeçar no carpete que foi colado 15 minutos antes do início da cerimônia.

5. Claudia Leite e Ivete Sangalo vão cantar o “Hino das Olimpíadas” composto por Latino e MC Medalha. As duas vão duelar durante a música para aparecer mais na TV.

6. O Hino Nacional Brasileiro será entoado a capella por uma arrependida Vanuza, que jura que "não bota uma gota de álcool na boca desde a última copa". A platéia vai errar a letra, em homenagem a ela, chorar como se entendesse o que está cantando, e aplaudir no final como se fosse um gol.

7. Uma brasileira vai ser filmada varias vezes com um top amarelo, um shortinho verde e a bandeira dos jogos pintada na cara. Ela posará para a Playboy sem o top e sem o shortinho e com a bandeira pintada na bunda.

8. Por falta de gás na última hora, já que a cerimônia só foi ensaiada durante a madrugada, a pira não vai funcionar. Zeca Pagodinho será o substituto temporário já que a Brahma é um dos patrocinadores. Em entrevista ao Fantástico ele dirá que não se lembra direito do fato.

9. Setenta e quatro passistas de fio-dental vão iniciar a cerimônia mostrando o legado cultural do Rio ao mundo: a bala perdida, o trafico, o funk, o sequestro-relâmpago e a favela.

10. Durante os jogos de tênis a platéia brasileira vai vaiar os jogadores argentinos obrigando o árbitro a pedir silencio 774 vezes. Como ele pedirá em inglês ninguém vai entender e vão continuar vaiando. Galvão Bueno vai dizer que vaiar é bom, mas vaiar os argentinos é melhor ainda. Oscar concordará e depois pedirá desculpas chorando no programa do Gugu.

11. Um simpático cachorro vira-lata furará o esquema de segurança invadindo o desfile da delegação jamaicana. Será carregado por um dos atletas e permanecerá no gramado do Maracanã durante toda a cerimônia. Será motivo de 200 reportagens, apelidado de Marley, e será adotado por uma modelo emergente que ficará com dó do pobre animalzinho e dirá que ele é gente como a gente.

12. Adriane Galisteu posará para a capa de CARAS ao lado do grande amor da sua vida, um executivo do COB.

13. Os pombos soltos durante a cerimônia serão alvejados por tiros disparados por uma favela próxima e vendidos assados na saída do maracanã por “dois real”.

Durante os jogos

1. Caetano Veloso dará entrevista dizendo que o Rio é lindo, a cerimônia de abertura foi linda e que aquele negão da camiseta 74 da seleção americana de basquete é mais lindo ainda.

2. Uma modelo-manequim-piranha-atriz-exBBB vai engravidar de um jogador de hóquei americano. Sua mãe vai dar entrevista na Luciana Gimenez dizendo que sua filha era virgem até ontem, apesar de ter namorado 74 homens nos últimos seis meses, e que o atleta americano a seduziu com falsas promessas de vida nos EUA. Após o nascimento do bebê ela posará nua e terá um programa de fofocas numa rede de TV.

3. No primeiro dia os EUA, a China e o Canadá já somarão 74 medalhas de ouro, 82 de prata e 4 de bronze. Os jornalistas brasileiros vão dizer a cada segundo que o Brasil é esperança de medalha em 200 modalidades e certeza de medalha em outras 64.

4. Faltando 3 dias para o fim dos jogos, o Brasil terá 3 medalhas de bronze e 1 de ouro, esta ganha por atletas desconhecidos no esporte “caiaque em dupla”. Eles vão ser idolatrados por 15 minutos (somando todas as emissoras abertas e a cabo) como exemplos de força e determinação. A Hebe vai dizer que eles são “uma gracinha” ao posarem mordendo a medalha, e nunca mais se ouvirá deles.

5. A seleção brasileira de futebol comanda por Ronaldo Fenômeno vai chegar como favorita. Passara fácil pela primeira fase e entrará de salto alto na fase final, perdendo para seleção de Sumatra.

6. A seleção americana de vôlei visitará uma escola patrocinada pelo Criança Esperança. Três meninos vão ganhar uma bola e um uniforme completo dos jogadores, sendo roubados e deixados pelados no dia seguinte.

7. Os traficantes da Rocinha vão roubar aquele pó branco que os ginastas passam na mão. Um atleta cubano será encontrado morto numa boate do Baixo Leblon depois de cheirá-lo. O COB, a fim de não atrasar as competições de ginástica, vai substituir o tal pó pelo cimento estocado nos fundos do ginásio inacabado.

8. Um atleta brasileiro nunca visto antes terminará em 57º lugar na sua modalidade e roubará a cena ao levantar a camiseta mostrando outra onde se lê: JARDIM MATILDE NA VEIA.

9. Vários atletas brasileiros apontados como promessa de medalha serão eliminados logo no inicio da competição. Suas provas serão reprisadas em 'slow motion' e 400 horas de programas de debate esportivo vão analisar os motivos das suas falhas.

Após os jogos

1. Um boxeador brasileiro negro de 1,85m estrelará um filme pornô para pagar as despesas que teve para estar nos jogos e por não obter patrocínio.

2. Faustão entrevistará os atletas brasileiros que não ganharam medalhas. Não os deixará pronunciar uma palavra sequer, mas dirá que esses caras são exemplos no profissional tanto quanto no pessoal, amigos dos amigos, e outras besteiras.

3. No início do ano seguinte, vários bebês de olhos azuis virão ao mundo e as filas para embarque nos voos para a Itália, Portugal e Alemanha serão intermináveis, com mães "ofendidas", segurando seus rebentos...

Forum Estadual de Educação de Jovens e Adultos - SP


Relatório da Plenária Final do dia 26/02/2011
Local: Câmara Municipal de São Paulo. Viaduto Jacareí, 100 - Centro - São Paulo.
Horário: 09h00-14h00

Estavam presentes na plenária: Alan Mazoni Alves, Maria Aparecida Antunes Horta e Maria Tereza Secco (CECIR), Vinicius Xavier (EJA-EMBU), Carolina Roland (SESI), Célia Verna, Juraci de Oliveira e Felipe Athayde Melo, (FUNAP), Iraci Ferreira (ESPAÇO), Agnes Castro, Victor Hugo Batista e Luis Felipe Soares (Ação Educativa), Claudete Alves, Izaura Naomi, Conceição Aparecida e Gessy de Oliveira (SME-Mauá), Jorge Rodrigo e Francisca Inácia (MOVA-Guarulhos), Antônio Coelho, Siméia de Matos e Izilda Corrêa (CIEJA-Cambuci), Carla Maio (SME Guarulhos), Rosemeira Colin (SME-Rio Claro), Adriana Cammarosano (Américo Brasiliense), Neide Barbosa (EMBU das Artes), Vila Araujo (ASPF), Maria Clara Di Pierro (FEUSP), Arcilei Celio (SME Várzea Paulista), Izalto Junior (FUMEC Campinas), Vinicius Zammataro (Embu), Idalina de Andrade (Getulina), Ingrid Ramanush e Nicolas Ramanush (Embaixada Cigana), Cleusa Ramos e Mauro Olintras (Diadema), Ophelis Françoso (Editora Moderna), Daniela Aparecida (SME Itatiba), Aparecida Donizetti (SME Guapiaçu), Dulcinéia Ferreira (UFSCAR), Maria Barbosa e Fabiola Pereira (MOVA-ABC), Andréa Gonçalves (Piracaia), Maura Augusta (PROGER), Janis Kunrath (Associação Cantareira), Adriana Silva e Tereza Jeronimo (SME SBC), Iva Mendes (MOVA-SP), Maria Lídia (Caminho Novo), Sonia Cabral (Centro Sócio Educacional), Alexandre Luiz e Elisabete Laurencino (SME Matão), Cláudia Aparecida (Departamento de Educação), Adriana Piccolo, Erica Manzini e Susana Aparecida.

1 – Parte Formativa:

A reunião iniciou com a exposição de Felipe Athayde Lins de Melo, Superintendente de Formação, Capacitação e Valorização Humana da FUNAP - Fundação Dr.Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel, que abordou os efeitos das Diretrizes Nacionais para a oferta de Educação nas prisões.
A FUNAP, instituída há mais de 30 anos, é vinculada à Secretaria de Estado da Administração Penitenciária. Atualmente atende 150 presídios, 120 destes têm escolas com cursos presenciais ministrados por 53 educadores da FUNAP e estagiários, que fazem a monitoria para os presos e são auxiliares para processo de ensino e aprendizagem. Os critérios para ser monitor auxiliar são o ensino médio completo, boa produção textual e análise da sua vida em relação às leis. As aulas são distribuídas em duas horas pela manhã, e duas horas à tarde. Felipe Athayde ressalta que o tempo disponível para o preso tratar da educação está dentro de seis horas diárias, juntamente com o trabalho.
Ao ser questionado a respeito dos mecanismos de monitoria da FUNAP, em relação às diretrizes nacionais, que diz que o educador deve ser formado e tenha licenciatura para exercer a profissão professor, Felipe explica que as normatizações prisionais ainda apontam esta diretriz como prioritária não como exclusiva, além de que a rotatividade do monitor auxiliar é alta, chegando a ter raros casos que ficam dois anos em determinada localidade.
A FUNAP não tem encaminhamentos de demanda para o Estado com relação ao PROJOVEM, argumentando que o Estado não está proposto a fazer esse convênio. Contudo, pela primeira vez, este ano foi possível um diálogo com a Secretaria de Educação a fim de tratar possíveis maneiras de trabalhar a educação nas prisões.


2 – Embaixada Cigana no Brasil:

Após a exposição de Felipe Athayde, o Professor Nicolas Ramanush, representante da Embaixada Cigana do Brasil, fez um relato sobre a situação educacional dessa população no país.
Os ciganos chegaram ao Brasil em 1564 como degredados e até hoje permanecem como cidadãos sem cidadania. Em 2006 o governo Federal fez uma pesquisa, que deu visibilidade a partir da cultura, mais isso é ainda muito pouco para a garantia de todos os direitos. A Embaixada trabalha com a minimização dos preconceitos e estereótipos, que acabam por vezes não permitindo que a criança curse o ensino regular devido à grande pressão sofrida pelo preconceito dos colegas. Pelos dados coletados por essa ONG, existem 300.000 jovens e adultos que precisam de acesso a educação, mas não conseguem porque ainda não são portadores do registro geral, e nem outro documento. Nicolas deixou seu contato em www.embaixadacigana.com.br.

3 – Informes


• EREJA – Encontro Regional de Educação de Jovens e Adultos:

O Fórum propõe a realização do EREJA mesmo que não haja financiamento público. Agnes – Ação Educativa - e Dulce - UFSCAR - irão integrar a comissão organizadora.

• SECADI - Secretaria de Educação Continuada de Alfabetização Diversidade e Inclusão :

Foi acrescentado o “I” em SECAD indicando Inclusão. Chefe - Claudia Dutra, que antes estava à frente da Secretária de Inclusão, é a responsável chefe da nova. O diretor é Mauro Silva e Carmem Gatto é a nova coordenadora.

• Estado de São Paulo:

Secretário de Educação, Herman Voorwald, foi gestor da UNESP, Adjunto João Palma. Ambos apesar de serem do mesmo partido das gestões anteriores, fazem parte de correntes distantes ao Serra e Fernando Henrique.

4 – Encaminhamentos


• Agendar encontro com Pedro Pontual, articulador do governo com as entidades e os movimentos sociais, para influenciar na agenda de educação de jovens e adultos, e colocá-la como pauta nesse novo governo.

• Tentar um diálogo com o João Palma.

• Criar proximidade com o Conselho Estadual de Educação, que na sua presidência Artur Costa.

• A Universidade de São Carlos está preparando um evento pelos os noventa anos de Paulo Freire que acontecerá neste ano.

• Será realizada uma reunião dia 14/03 com as pessoas interessadas em discutir documento para o EREJA. Local a ser confirmado pela Adriana Pereira.

Povos Indígenas:

Julgamento do Caso Veron encerra ciclo de impunidade
01/03/2011 | MPF MS

Condenação dos réus é precedente histórico na luta pelos direitos indígenas. Outros 24 réus aguardam julgamento pelos crimes, entre eles o mandante.

O julgamento dos acusados pela morte do cacique guarani-kaiowá Marcos Veron é um marco histórico e jurídico na luta contra a violência aos indígenas em Mato Grosso do Sul. Na última sexta-feira (25), três réus foram condenados a 12 anos e 3 meses de prisão em regime fechado por sequestro, tortura e lesão corporal a seis indígenas, além de formação de quadrilha armada e fraude processual.

Dois acusados do crime, Jorge Insabralde e Estevão Romero, foram totalmente condenados de acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF). Já Carlos Roberto dos Santos foi absolvido de uma das acusações. Os jurados reconheceram a participação de Carlos no assassinato do cacique Marcos Veron. Ele imobilizou o indígena para que Nivaldo Alves de Oliveira - que está foragido - desferisse as coronhadas fatais. Mesmo reconhecido como coautor do crime, ele foi absolvido, em votação apertada: 3 jurados a favor da condenação e 4 contra.

A absolvição segue o novo regramento trazido pela modificação no Código de Processo Penal, através da Lei nº 11.689/2008, que passou a admitir a possibilidade do réu ser considerado autor de um crime e mesmo assim ser absolvido, como no caso em questão. O MPF estuda a possibilidade de recurso contra a sentença e aguarda pronunciamento da Justiça Federal sobre a segunda denúncia referente ao caso Veron.

24 réus aguardam julgamento
Ajuizada em 2008, a denúncia do Ministério Público Federal contra outras 24 pessoas envolvidas nos crimes contra os indígenas foi recebida em fevereiro de 2010. Os 24 denunciados são agora réus perante a Justiça e aguardam julgamento. Entre eles, estão um Policial Militar e o dono da fazenda Brasília do Sul, Jacintho Onório da Silva Filho. Jacintho foi identificado como o mentor intelectual e financeiro dos crimes, sendo responsável pela contratação de pessoas, fornecimento de veículos, alimentação, armas e munições, além de planejar os ataques aos indígenas acampados na fazenda, que ocorreram em 12 e 13 de janeiro de 2003, resultando na morte do cacique Marcos Veron.

Ele responde pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, tentativa de homicídio qualificado (7 vezes), tortura, sequestro (7 vezes), formação de quadrilha armada e dano qualificado. O processo tramita na Justiça Federal de Dourados.

Entenda o caso
Acampados na Fazenda Brasília do Sul, em Juti, região sul do estado, na área reivindicada por eles como Tekohá Takuara, os kaiowá sofreram ataques nos dias 12 e 13 de janeiro de 2003, de um grupo de trinta a quarenta homens armados que foram contratados para agredilos e expulsá-los daquelas terras.

No dia 12, um veículo dos indígenas com 2 mulheres, um rapaz de 14 anos e 3 crianças de 6, 7 e 11 anos foi perseguido por 8 km, sob tiros. Na madrugada do dia 13, os agressores atacaram o acampamento a tiros. Sete índios foram sequestrados, amarrados na carroceria de uma camionete e levados para local distante da fazenda, onde passaram por sessão de tortura. Um dos filhos de Veron, Ládio, quase foi queimado vivo. A filha dele, Geisabel, grávida de sete meses, foi arrastada pelos cabelos e espancada. Marcos Veron, à época com 73 anos, foi agredido com socos, pontapés e coronhadas de espingarda na cabeça. Ele morreu por traumatismo craniano.

Fonte: www.prms.mpf.com.br


COMENTÁRIO: iva mendes


03/03/2011 12:47

caso Verom
Comentar esse artigo, para algumas pessoas deve ser fácil. Com certeza todos diriam, esses criminosos tem que apodrecer na cadeia! Seria esta a minha opinião há dois anos atrás. Hoje como coordenadora de pastoral carcerária, já não tenho mais a mesma opinião. Não digo esses criminosos, mas sim pessoas, por incrível que pareça. Esses seres humanos devem sim pagar pelos crimes que cometeram, mais me pergunto, de que forma? Trancafiados atrás das grades de uma sela prisional? Longe do convívio social? Será que cadeia ensina alguma coisa pra alguém? Manter esses apenados longe do comvívio social e da realidade lhes ensinará serem pessoas melhores? E com as prisões desses culpados as vítimas terão suas vidas de volta? Acabará a saudade deixada aos familiares por seus entes queridos assassinados? E as cicatrizes externas e internas deixadas nos torturados, se apagará? Amigos(as), a resposta é óbivia, nada acontece, nem por parte das vítimas muito menos por parte dos culpados. Daqui á dez ou mais anos no termino de suas penas, esses culpados estarão com o mesmo penssamento criminoso da época do crime ou muito pior do que isso.
Já passou da hora de haver uma grande mudança na lei. É preciso que haja novas formas de cuprimento de penas, o governo precisa imvestir em escolas de reeducação penais ou criminais, construções de centro de educação e trabalho para que as pessoas que cometam delitos possam viver até o cumprimento de suas penas, mais trabalhando e estudando, aprendendo a valorizar a vida, o respeito à sociedade, o dever e execício da cidadania.
E com tudo isso, ao longo de suas penas, aprender cursos profissionalizantes para que quando em liberdade os mesmos possam ser inseridos no mercado de trabalho dignamente.
Temos hoje só no Estado de São Paulo, cerca de 175.000 detentos. Cada detento, chega custar mais de mil reais mensais aos cofres pulblicos. Se todo esse dinheiro que é gasto em construção de penitenciárias fosse investido em centros de reeducação e trabalho para apenados, com certeza havería uma grande trasfomação do cidadão e não uma promoção do crime.
Aos povos indígenas minhas condolências e descupas por ser filha de um país que não reconhece e não respeita os verdaderios donos dessa terra chamada Brasil.
E aos culpados, também lhes peço desculpas por essa sociedade em geral que também tem uma boa percela de culpa em tudo isso, por esses nossos governos burocratas que não investem em trabalho, cultura e educação para que a população cresça com pespectiva de vida e se faça uma sociedade mais justa, mais igualitária e humanitária, onde não haja tanta criminalidade.
Iva Mendes.