segunda-feira, 13 de setembro de 2010

MORRA EM NOME DO ESTADO.

Morra em nome do Estado 09/09/2010 Marco Poli *
"Para que todos entendam: quem bebe vódca e quem fuma ajuda o governo. Se você fuma um maço de cigarros, então você dá fundos para resolver problemas sociais. Você apoia a política demográfica, o desenvolvimento de serviços sociais e a natalidade". As inacreditáveis palavras são de ninguém menos que do Ministro das Finanças da Rússia, Alexei Kudrin, equivalente ao Ministro da Fazenda, Guido Mantega, no governo brasileiro.
Assim funciona o raciocínio de governantes, lá como cá, ou em qualquer parte. Eles nada fazem, nada produzem, mas administram as fortunas repassadas ao Estado, via impostos, como se isso fosse mais importante que a vida humana. Só mesmo um raciocínio desses seria capaz de pedir a concidadãos que mantivessem altos os níveis de consumos dos produtos que mais matam, pelo simples fato de serem estes os que mais impostos embutidos nos preços possuem.
Na Rússia chega a 1,5 Milhão o número de mortes causadas pelo consumo excessivo do álcool a cada ano. Graças a isso os índices de longevidade não sobem no país que mais cresce no mundo, depois da China. O Estado, em vez de proteger o cidadão com políticas públicas em busca da concientização dos males causados pelo excessivo consumo de bebidas destiladas, sugere que estes bebam mais para gerar mais impostos e morram mais cedo para não dar trabalho.
É assim que lidam com o ser humano, que os sustenta, aqueles que dirigem a administração pública. Da mesma forma como é por aqui. Afinal, não existem leis mais restritivas do que aquelas que regem o consumo do cigarro e derivados de tabaco nas capitais brasileiras. É um caso absurdo em que o otário(consumidor), pode gastar seu dinheiro no produto, mas não pode consumir. Ora, se isso faz mal(e faz muito), proiba-se a comercialização, não o consumo. Só que o Estado jamais abrirá mão da verdadeira fortuna embutida em impostos no preço do cigarro.
ssim sendo, pune-se o consumidor, que pode comprar, mas para fumar é mais difícil do que morador de rua praticar sexo em praça pública.
A única diferença é que na Rússia, pelo menos, a hipocresia é menor. O Estado assume que é algoz do contribuinte e dele espera tão somente dinheiro, para retribuir em descaso, péssima administração e roubalheira.
* Marco Poli do Portla Capital Gaúcha.
Fonte: www.capitalgaucha.com.brMorra em nome do Estado 09/09/2010 Marco Poli *
"Para que todos entendam: quem bebe vódca e quem fuma ajuda o governo. Se você fuma um maço de cigarros, então você dá fundos para resolver problemas sociais. Você apoia a política demográfica, o desenvolvimento de serviços sociais e a natalidade". As inacreditáveis palavras são de ninguém menos que do Ministro das Finanças da Rússia, Alexei Kudrin, equivalente ao Ministro da Fazenda, Guido Mantega, no governo brasileiro.
Assim funciona o raciocínio de governantes, lá como cá, ou em qualquer parte. Eles nada fazem, nada produzem, mas administram as fortunas repassadas ao Estado, via impostos, como se isso fosse mais importante que a vida humana. Só mesmo um raciocínio desses seria capaz de pedir a concidadãos que mantivessem altos os níveis de consumos dos produtos que mais matam, pelo simples fato de serem estes os que mais impostos embutidos nos preços possuem.
Na Rússia chega a 1,5 Milhão o número de mortes causadas pelo consumo excessivo do álcool a cada ano. Graças a isso os índices de longevidade não sobem no país que mais cresce no mundo, depois da China. O Estado, em vez de proteger o cidadão com políticas públicas em busca da concientização dos males causados pelo excessivo consumo de bebidas destiladas, sugere que estes bebam mais para gerar mais impostos e morram mais cedo para não dar trabalho.
É assim que lidam com o ser humano, que os sustenta, aqueles que dirigem a administração pública. Da mesma forma como é por aqui. Afinal, não existem leis mais restritivas do que aquelas que regem o consumo do cigarro e derivados de tabaco nas capitais brasileiras. É um caso absurdo em que o otário(consumidor), pode gastar seu dinheiro no produto, mas não pode consumir. Ora, se isso faz mal(e faz muito), proiba-se a comercialização, não o consumo. Só que o Estado jamais abrirá mão da verdadeira fortuna embutida em impostos no preço do cigarro.
ssim sendo, pune-se o consumidor, que pode comprar, mas para fumar é mais difícil do que morador de rua praticar sexo em praça pública.
A única diferença é que na Rússia, pelo menos, a hipocresia é menor. O Estado assume que é algoz do contribuinte e dele espera tão somente dinheiro, para retribuir em descaso, péssima administração e roubalheira.
* Marco Poli do Portla Capital Gaúcha.
Fonte: www.capitalgaucha.com.brMorra em nome do Estado 09/09/2010 Marco Poli *
"Para que todos entendam: quem bebe vódca e quem fuma ajuda o governo. Se você fuma um maço de cigarros, então você dá fundos para resolver problemas sociais. Você apoia a política demográfica, o desenvolvimento de serviços sociais e a natalidade". As inacreditáveis palavras são de ninguém menos que do Ministro das Finanças da Rússia, Alexei Kudrin, equivalente ao Ministro da Fazenda, Guido Mantega, no governo brasileiro.
Assim funciona o raciocínio de governantes, lá como cá, ou em qualquer parte. Eles nada fazem, nada produzem, mas administram as fortunas repassadas ao Estado, via impostos, como se isso fosse mais importante que a vida humana. Só mesmo um raciocínio desses seria capaz de pedir a concidadãos que mantivessem altos os níveis de consumos dos produtos que mais matam, pelo simples fato de serem estes os que mais impostos embutidos nos preços possuem.
Na Rússia chega a 1,5 Milhão o número de mortes causadas pelo consumo excessivo do álcool a cada ano. Graças a isso os índices de longevidade não sobem no país que mais cresce no mundo, depois da China. O Estado, em vez de proteger o cidadão com políticas públicas em busca da concientização dos males causados pelo excessivo consumo de bebidas destiladas, sugere que estes bebam mais para gerar mais impostos e morram mais cedo para não dar trabalho.
É assim que lidam com o ser humano, que os sustenta, aqueles que dirigem a administração pública. Da mesma forma como é por aqui. Afinal, não existem leis mais restritivas do que aquelas que regem o consumo do cigarro e derivados de tabaco nas capitais brasileiras. É um caso absurdo em que o otário(consumidor), pode gastar seu dinheiro no produto, mas não pode consumir. Ora, se isso faz mal(e faz muito), proiba-se a comercialização, não o consumo. Só que o Estado jamais abrirá mão da verdadeira fortuna embutida em impostos no preço do cigarro.
ssim sendo, pune-se o consumidor, que pode comprar, mas para fumar é mais difícil do que morador de rua praticar sexo em praça pública.
A única diferença é que na Rússia, pelo menos, a hipocresia é menor. O Estado assume que é algoz do contribuinte e dele espera tão somente dinheiro, para retribuir em descaso, péssima administração e roubalheira.
* Marco Poli do Portla Capital Gaúcha.
Fonte: www.capitalgaucha.com.br

PENÚRIA EM AFEGANISTÃO.

Refugiados afegãos no Paquistão afogados pelas penúrias09/09/2010 Ashfaq Yusufzai, da IPS
Quando não olham com tristeza o que foi suas casas ou tentam ajudar algum parente doente, afegãos vítimas das inundações no Paquistão perseguem veículos que circulam pela estrada, que vai de Peshawar até Islamabad, em busca de esmola. O desespero é tão grande que pelo menos cinco mulheres morreram em acidentes nas estradas, correndo atrás de caminhões que elas pensavam estar transportando ajuda humanitária.
As inundações causadas pela monção afetaram o noroeste do país em meados de julho e destruíram tudo em sua passagem. Cerca de 20 milhões de pessoas sofreram as consequências, um em cada dez habitantes, segundo dados oficiais. Não há certeza de que esse número inclua os refugiados afegãos, 1,7 milhão de pessoas. A maioria se encontra na província de Jiber Pajtunjwa.
Com milhões de paquistaneses afetados pelas inundações, os afegãos afirmam que eles não são prioridade para seus anfitriões. Os refugiados, que vivem em 17 distritos de Jiber Pajtunjwa, perderam mais de 12.600 casas e 85.800 deles ficaram sem teto, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Além disso, centenas de milhares de pessoas ficaram sem ter o que comer e beber, muitos adoeceram. Até a ajuda médica demorou a chegar.
"Corri para perto de La Meca para conseguir dinheiro. Meus três filhos estão no hospital", contou o afegão Rasool Shah, de 31 anos. "Eu tinha uma pequena barraca no acampamento que a água levou. Agora não tenho nem um centavo. Os médicos aconselharam a internar meus três filhos por causa de diarreia aguda crônica, mas não temos assistência gratuita", disse.
As vítimas paquistanesas tiveram muito apoio médico, mas os afegãos parece que foram ignorados pelo governo, disse à IPS a presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Paquistão, Lubna Hassan. A situação está muito deteriorada e pode piorar nos próximos dias, afirmaram médicos de uma clínica montada pela organização local Falah Insaniat, perto de Azajel, um dos maiores acampamentos de refugiados.
"A maioria dos habitantes do acampamento tem diarreia, disenteria, tifo, sarna e malária, pois carecem de água potável", disse o médico Riaz Alam. "Recebemos cerca de 300 pacientes por dia, na maioria mulheres e crianças, com diferentes doenças causadas pelas inundações", contou. "Há cerca de 700 grávidas de Azajel que precisam de medicamentos e cuidados pré-natal. Não têm alimentação balanceada e darão à luz bebês enfermos. Necessitam de exames regulares. A maioria tem anemia", disse Lubna.
Dos menores afegãos, 75% têm diarreia e disenteria e 35% apresentam infecções cutâneas, disse o vice-presidente da Associação de Pediatria do Paquistão, Sabir Ali. Além disso, "85% estão desnutridos. E não há sinais de que a situação vai melhorar, pela falta de higiene em que vivem os afegãos. Não têm água nem instalações sanitárias e nem uma dieta balanceada", afirmou.
Os acampamentos de refugiados ficam nos arredores de Peshawar, capital provincial, que está a 141 quilômetros de Islamabad, destruídas pelas inundações. Azajel, que tinha 23 mil habitantes, está em ruínas. O Acnur entregou 1.100 barracas, quantidade insuficiente, além de não haver onde serem instaladas. Muitos refugiados afegãos acabaram instalando-se na estrada que vai para Islamabad. Várias famílias montaram suas barracas no meio do caminho, para ficar mais próximas dos veículos, que mulheres e crianças perseguem pedindo esmola.
Os afegãos começaram a emigrar para o Paquistão há cerca de três décadas, após a invasão soviética. Este país chegou a ter 27 acampamentos de refugiados, mas muitos foram fechados há três anos quando sumiu a ajuda internacional. Islamabad concordou que os refugiados ficassem até dezembro de 2012, e a Organização das Nações Unidas implementou um programa de repatriação voluntária. Centenas de milhares de afegãos regressam ao seu país todos os anos.
Desde o início das inundações, cerca de 400 famílias regressaram ao Afeganistão. "Os refugiados que tinham propriedades no Afeganistão regressaram aos seus povoados", disse Zar Alam Jan, um ancião do acampamento. "Mas vamos onde temos de ir. Lá tampouco somos bem-vindos. Temos o dobro de dificuldades. Nosso problema é que não temos propriedades no Afeganistão para nos instalarmos de forma permanente", contou. "O rio levou tudo", lamentou Zar, cofiando a barba cinza. "Azajel não é seguro nem adequado. O Paquistão tem de nos dar um lugar seguro", ressaltou. Envolverde/IPS
Fonte: www.envolverde.com.brRefugiados afegãos no Paquistão afogados pelas penúrias09/09/2010 Ashfaq Yusufzai, da IPS
Quando não olham com tristeza o que foi suas casas ou tentam ajudar algum parente doente, afegãos vítimas das inundações no Paquistão perseguem veículos que circulam pela estrada, que vai de Peshawar até Islamabad, em busca de esmola. O desespero é tão grande que pelo menos cinco mulheres morreram em acidentes nas estradas, correndo atrás de caminhões que elas pensavam estar transportando ajuda humanitária.
As inundações causadas pela monção afetaram o noroeste do país em meados de julho e destruíram tudo em sua passagem. Cerca de 20 milhões de pessoas sofreram as consequências, um em cada dez habitantes, segundo dados oficiais. Não há certeza de que esse número inclua os refugiados afegãos, 1,7 milhão de pessoas. A maioria se encontra na província de Jiber Pajtunjwa.
Com milhões de paquistaneses afetados pelas inundações, os afegãos afirmam que eles não são prioridade para seus anfitriões. Os refugiados, que vivem em 17 distritos de Jiber Pajtunjwa, perderam mais de 12.600 casas e 85.800 deles ficaram sem teto, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Além disso, centenas de milhares de pessoas ficaram sem ter o que comer e beber, muitos adoeceram. Até a ajuda médica demorou a chegar.
"Corri para perto de La Meca para conseguir dinheiro. Meus três filhos estão no hospital", contou o afegão Rasool Shah, de 31 anos. "Eu tinha uma pequena barraca no acampamento que a água levou. Agora não tenho nem um centavo. Os médicos aconselharam a internar meus três filhos por causa de diarreia aguda crônica, mas não temos assistência gratuita", disse.
As vítimas paquistanesas tiveram muito apoio médico, mas os afegãos parece que foram ignorados pelo governo, disse à IPS a presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Paquistão, Lubna Hassan. A situação está muito deteriorada e pode piorar nos próximos dias, afirmaram médicos de uma clínica montada pela organização local Falah Insaniat, perto de Azajel, um dos maiores acampamentos de refugiados.
"A maioria dos habitantes do acampamento tem diarreia, disenteria, tifo, sarna e malária, pois carecem de água potável", disse o médico Riaz Alam. "Recebemos cerca de 300 pacientes por dia, na maioria mulheres e crianças, com diferentes doenças causadas pelas inundações", contou. "Há cerca de 700 grávidas de Azajel que precisam de medicamentos e cuidados pré-natal. Não têm alimentação balanceada e darão à luz bebês enfermos. Necessitam de exames regulares. A maioria tem anemia", disse Lubna.
Dos menores afegãos, 75% têm diarreia e disenteria e 35% apresentam infecções cutâneas, disse o vice-presidente da Associação de Pediatria do Paquistão, Sabir Ali. Além disso, "85% estão desnutridos. E não há sinais de que a situação vai melhorar, pela falta de higiene em que vivem os afegãos. Não têm água nem instalações sanitárias e nem uma dieta balanceada", afirmou.
Os acampamentos de refugiados ficam nos arredores de Peshawar, capital provincial, que está a 141 quilômetros de Islamabad, destruídas pelas inundações. Azajel, que tinha 23 mil habitantes, está em ruínas. O Acnur entregou 1.100 barracas, quantidade insuficiente, além de não haver onde serem instaladas. Muitos refugiados afegãos acabaram instalando-se na estrada que vai para Islamabad. Várias famílias montaram suas barracas no meio do caminho, para ficar mais próximas dos veículos, que mulheres e crianças perseguem pedindo esmola.
Os afegãos começaram a emigrar para o Paquistão há cerca de três décadas, após a invasão soviética. Este país chegou a ter 27 acampamentos de refugiados, mas muitos foram fechados há três anos quando sumiu a ajuda internacional. Islamabad concordou que os refugiados ficassem até dezembro de 2012, e a Organização das Nações Unidas implementou um programa de repatriação voluntária. Centenas de milhares de afegãos regressam ao seu país todos os anos.
Desde o início das inundações, cerca de 400 famílias regressaram ao Afeganistão. "Os refugiados que tinham propriedades no Afeganistão regressaram aos seus povoados", disse Zar Alam Jan, um ancião do acampamento. "Mas vamos onde temos de ir. Lá tampouco somos bem-vindos. Temos o dobro de dificuldades. Nosso problema é que não temos propriedades no Afeganistão para nos instalarmos de forma permanente", contou. "O rio levou tudo", lamentou Zar, cofiando a barba cinza. "Azajel não é seguro nem adequado. O Paquistão tem de nos dar um lugar seguro", ressaltou. Envolverde/IPS
Fonte: www.envolverde.com.brRefugiados afegãos no Paquistão afogados pelas penúrias09/09/2010 Ashfaq Yusufzai, da IPS
Quando não olham com tristeza o que foi suas casas ou tentam ajudar algum parente doente, afegãos vítimas das inundações no Paquistão perseguem veículos que circulam pela estrada, que vai de Peshawar até Islamabad, em busca de esmola. O desespero é tão grande que pelo menos cinco mulheres morreram em acidentes nas estradas, correndo atrás de caminhões que elas pensavam estar transportando ajuda humanitária.
As inundações causadas pela monção afetaram o noroeste do país em meados de julho e destruíram tudo em sua passagem. Cerca de 20 milhões de pessoas sofreram as consequências, um em cada dez habitantes, segundo dados oficiais. Não há certeza de que esse número inclua os refugiados afegãos, 1,7 milhão de pessoas. A maioria se encontra na província de Jiber Pajtunjwa.
Com milhões de paquistaneses afetados pelas inundações, os afegãos afirmam que eles não são prioridade para seus anfitriões. Os refugiados, que vivem em 17 distritos de Jiber Pajtunjwa, perderam mais de 12.600 casas e 85.800 deles ficaram sem teto, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Além disso, centenas de milhares de pessoas ficaram sem ter o que comer e beber, muitos adoeceram. Até a ajuda médica demorou a chegar.
"Corri para perto de La Meca para conseguir dinheiro. Meus três filhos estão no hospital", contou o afegão Rasool Shah, de 31 anos. "Eu tinha uma pequena barraca no acampamento que a água levou. Agora não tenho nem um centavo. Os médicos aconselharam a internar meus três filhos por causa de diarreia aguda crônica, mas não temos assistência gratuita", disse.
As vítimas paquistanesas tiveram muito apoio médico, mas os afegãos parece que foram ignorados pelo governo, disse à IPS a presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Paquistão, Lubna Hassan. A situação está muito deteriorada e pode piorar nos próximos dias, afirmaram médicos de uma clínica montada pela organização local Falah Insaniat, perto de Azajel, um dos maiores acampamentos de refugiados.
"A maioria dos habitantes do acampamento tem diarreia, disenteria, tifo, sarna e malária, pois carecem de água potável", disse o médico Riaz Alam. "Recebemos cerca de 300 pacientes por dia, na maioria mulheres e crianças, com diferentes doenças causadas pelas inundações", contou. "Há cerca de 700 grávidas de Azajel que precisam de medicamentos e cuidados pré-natal. Não têm alimentação balanceada e darão à luz bebês enfermos. Necessitam de exames regulares. A maioria tem anemia", disse Lubna.
Dos menores afegãos, 75% têm diarreia e disenteria e 35% apresentam infecções cutâneas, disse o vice-presidente da Associação de Pediatria do Paquistão, Sabir Ali. Além disso, "85% estão desnutridos. E não há sinais de que a situação vai melhorar, pela falta de higiene em que vivem os afegãos. Não têm água nem instalações sanitárias e nem uma dieta balanceada", afirmou.
Os acampamentos de refugiados ficam nos arredores de Peshawar, capital provincial, que está a 141 quilômetros de Islamabad, destruídas pelas inundações. Azajel, que tinha 23 mil habitantes, está em ruínas. O Acnur entregou 1.100 barracas, quantidade insuficiente, além de não haver onde serem instaladas. Muitos refugiados afegãos acabaram instalando-se na estrada que vai para Islamabad. Várias famílias montaram suas barracas no meio do caminho, para ficar mais próximas dos veículos, que mulheres e crianças perseguem pedindo esmola.
Os afegãos começaram a emigrar para o Paquistão há cerca de três décadas, após a invasão soviética. Este país chegou a ter 27 acampamentos de refugiados, mas muitos foram fechados há três anos quando sumiu a ajuda internacional. Islamabad concordou que os refugiados ficassem até dezembro de 2012, e a Organização das Nações Unidas implementou um programa de repatriação voluntária. Centenas de milhares de afegãos regressam ao seu país todos os anos.
Desde o início das inundações, cerca de 400 famílias regressaram ao Afeganistão. "Os refugiados que tinham propriedades no Afeganistão regressaram aos seus povoados", disse Zar Alam Jan, um ancião do acampamento. "Mas vamos onde temos de ir. Lá tampouco somos bem-vindos. Temos o dobro de dificuldades. Nosso problema é que não temos propriedades no Afeganistão para nos instalarmos de forma permanente", contou. "O rio levou tudo", lamentou Zar, cofiando a barba cinza. "Azajel não é seguro nem adequado. O Paquistão tem de nos dar um lugar seguro", ressaltou. Envolverde/IPS
Fonte: www.envolverde.com.br

EXTERMINIO DE JOVENS.

Campanha Contra o Extermínio de Jovens é lançada no Piauí 09/09/2010 Pastoral da Juventude
A Pastoral da Juventude realizou nos dias 27, 28 e 29 de agosto o I Seminário Regional da Juventude na Diocese de Oeiras - PI. Durante o evento aconteceu o lançamento estadual da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens. O bispo diocesano, Dom Juarez Souza, e a secretária nacional da Pastoral da Juventude, Hildete Emanuele, marcaram presença durante todo o seminário.
Juventude PiauiDom Juarez: "É necessário lutar contra as estruturas de morte". O evento reuniu mais de 80 jovens e promoveu uma discussão sobre a realidade da juventude."O seminário aconteceu em um clima de muita fraternidade, de muito trabalho, enfrentamos alguns desafios, mas o que nos surpreendeu foi a capacidade que os jovens tem de realizar de uma forma criativa, descontraída, alegre e ao mesmo tempo comprometida", contou Dom Juarez.
Um dos assuntos debatidos foi a situação em que se encontram muitos jovens, que saem de suas cidades para trabalhar no corte de cana em outros estados e acabam não retornando à sua cidade natal. "É necessário lutar contra essas estruturas de morte que são implantadas na nossa sociedade", alertou o bispo.
O seminário reuniu cerca de 100 jovens das oito dioceses do Piauí (Bom Jesus, Campo Maior, Floriano, Oeiras, Parnaíba, Picos, São Raimundo Nonato e Teresina) e contou ainda com as presenças da coordenadora regional da PJ, Ângela Maria, das assessoras da Casa da Juventude Pe. Burnier de Goiânia, Kelly Critina e Alexandra Miranda, além de religiosos e leigos.
Chega de violênciaSegundo o relatório feito pela RITLA, morrem por dia, em média, 54 jovens vítimas de homicídios no Brasil. Um estudo inédito divulgado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos estima que 33.504 adolescentes brasileiros serão assassinados no período de sete anos que vai de 2006 a 2013.
Com informações da Pascom Diocese de Oeiras.
Fonte: www.juventudeemmarcha.orgCampanha Contra o Extermínio de Jovens é lançada no Piauí 09/09/2010 Pastoral da Juventude
A Pastoral da Juventude realizou nos dias 27, 28 e 29 de agosto o I Seminário Regional da Juventude na Diocese de Oeiras - PI. Durante o evento aconteceu o lançamento estadual da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens. O bispo diocesano, Dom Juarez Souza, e a secretária nacional da Pastoral da Juventude, Hildete Emanuele, marcaram presença durante todo o seminário.
Juventude PiauiDom Juarez: "É necessário lutar contra as estruturas de morte". O evento reuniu mais de 80 jovens e promoveu uma discussão sobre a realidade da juventude."O seminário aconteceu em um clima de muita fraternidade, de muito trabalho, enfrentamos alguns desafios, mas o que nos surpreendeu foi a capacidade que os jovens tem de realizar de uma forma criativa, descontraída, alegre e ao mesmo tempo comprometida", contou Dom Juarez.
Um dos assuntos debatidos foi a situação em que se encontram muitos jovens, que saem de suas cidades para trabalhar no corte de cana em outros estados e acabam não retornando à sua cidade natal. "É necessário lutar contra essas estruturas de morte que são implantadas na nossa sociedade", alertou o bispo.
O seminário reuniu cerca de 100 jovens das oito dioceses do Piauí (Bom Jesus, Campo Maior, Floriano, Oeiras, Parnaíba, Picos, São Raimundo Nonato e Teresina) e contou ainda com as presenças da coordenadora regional da PJ, Ângela Maria, das assessoras da Casa da Juventude Pe. Burnier de Goiânia, Kelly Critina e Alexandra Miranda, além de religiosos e leigos.
Chega de violênciaSegundo o relatório feito pela RITLA, morrem por dia, em média, 54 jovens vítimas de homicídios no Brasil. Um estudo inédito divulgado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos estima que 33.504 adolescentes brasileiros serão assassinados no período de sete anos que vai de 2006 a 2013.
Com informações da Pascom Diocese de Oeiras.
Fonte: www.juventudeemmarcha.orgCampanha Contra o Extermínio de Jovens é lançada no Piauí 09/09/2010 Pastoral da Juventude
A Pastoral da Juventude realizou nos dias 27, 28 e 29 de agosto o I Seminário Regional da Juventude na Diocese de Oeiras - PI. Durante o evento aconteceu o lançamento estadual da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens. O bispo diocesano, Dom Juarez Souza, e a secretária nacional da Pastoral da Juventude, Hildete Emanuele, marcaram presença durante todo o seminário.
Juventude PiauiDom Juarez: "É necessário lutar contra as estruturas de morte". O evento reuniu mais de 80 jovens e promoveu uma discussão sobre a realidade da juventude."O seminário aconteceu em um clima de muita fraternidade, de muito trabalho, enfrentamos alguns desafios, mas o que nos surpreendeu foi a capacidade que os jovens tem de realizar de uma forma criativa, descontraída, alegre e ao mesmo tempo comprometida", contou Dom Juarez.
Um dos assuntos debatidos foi a situação em que se encontram muitos jovens, que saem de suas cidades para trabalhar no corte de cana em outros estados e acabam não retornando à sua cidade natal. "É necessário lutar contra essas estruturas de morte que são implantadas na nossa sociedade", alertou o bispo.
O seminário reuniu cerca de 100 jovens das oito dioceses do Piauí (Bom Jesus, Campo Maior, Floriano, Oeiras, Parnaíba, Picos, São Raimundo Nonato e Teresina) e contou ainda com as presenças da coordenadora regional da PJ, Ângela Maria, das assessoras da Casa da Juventude Pe. Burnier de Goiânia, Kelly Critina e Alexandra Miranda, além de religiosos e leigos.
Chega de violênciaSegundo o relatório feito pela RITLA, morrem por dia, em média, 54 jovens vítimas de homicídios no Brasil. Um estudo inédito divulgado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos estima que 33.504 adolescentes brasileiros serão assassinados no período de sete anos que vai de 2006 a 2013.
Com informações da Pascom Diocese de Oeiras.
Fonte: www.juventudeemmarcha.org

INDIOS GUARANIS.

Indígena guarani, no Paraná, está desaparecido09/09/2010 Cimi
Desde o dia 18 de agosto, o indígena guarani João Martins, de aproximadamente 30 anos, está desaparecido. João é membro da comunidade Guarani Tekoha Y Hovy que está acampada na vila Eletrosul, município de Guaíra, no Paraná. Segundo relatos, o desaparecimento aconteceu logo depois de um ritual religioso na casa de reza da comunidade. Membros da comunidade já entraram em contato com o Ministério Público Federal na região e com a Polícia Federal, que já fez algumas buscas, mas não encontrou nenhum vestígio do rapaz.
Para Paulina Martinez Benitez, uma das lideranças da comunidade e membro da comissão de Terras Guarani, há várias hipóteses para o caso, mas os parentes desconfiam que os proprietários de terras estejam por traz do desaparecimento. "Não havia motivos para o João sair, até porque ele não tem muitos contatos na cidade e saía muito pouco daqui. Infelizmente, esperamos pelo pior, pois aqui recebemos muitas ameaças e algumas famílias até saíram da região cooptados por estes fazendeiros", declarou.
De acordo com Paulina, a comunidade já chegou a pedir viaturas da polícia para passar durantes alguns dias à noite perto da comunidade, mas o pedido foi negado. "Depois do acontecido, ninguém dorme direito. Passamos as madrugadas nos revezando para vigiar nossos parentes e a gente acaba ficando com um pouco de medo", ressaltou.
ResistênciaA comunidade de Y Hovy se encontra em uma área ocupada, ainda não regularizada, de 17 alqueires que pertencem, parte a um proprietário local, parte a prefeitura municipal de Guaíra. Atualmente vivem 12 famílias no local. Eles retomaram a pose da área em 7 de novembro de 2009, e desde então vêm resistindo no local e reivindicando a demarcação da terra tradicional.
Mesmo com tantas reivindicações a Fundação Nacional do Índio (Funai) ainda não compôs o Grupo de Trabalho (GT) para realizar o estudo de identificação da área. Os indígenas da comunidade vivem constantemente ameaçados por fazendeiros do entorno, pois o acampamento é cercado de fazendas e cortado por uma estrada onde circulam caminhões com sementes e outros carregamentos das fazendas próximas. O trânsito é constante.
No acampamento não há o mínimo de estrutura, o saneamento básico é precário e os indígenas têm como fonte de água, apenas um cano que fica na beira da referida estrada que atravessa a comunidade. Por este cano os indígenas bebem água, lavam roupas, tomam banho, extremamente expostos aos perigos da rodovia.
Forças na espiritualidadeDepois de tantas buscas sem sucesso, os membros da comunidade buscam forças na espiritualidade Guarani. Os indígenas fazem muitas rezas e agora aguardam a presença de um pajé para tentar encontrar o lugar onde está o corpo.
Segundo Paulina, o acontecimento fortaleceu ainda mais a luta da comunidade. "Se eles acham que vamos desistir, estão enganados. Agora é que vamos continuar aqui na área e lutar por nossa terra tradicional!".
Procurado pela assessoria do Cimi, o Ministério Público Federal de Umuarana, município do estado, informou que um procurador do orgão está em Guaíra para verificar pessoalmente a situação.
O Cimi lamenta o desaparecimento do indígena Guarani e espera que as autoridades tomem providências o mais rápido possível, afim de que João Martins seja encontrado e que as terras tradicionais da comunidade Y Hovy sejam devolvidas.
Fonte: www.cimi.org.brIndígena guarani, no Paraná, está desaparecido09/09/2010 Cimi
Desde o dia 18 de agosto, o indígena guarani João Martins, de aproximadamente 30 anos, está desaparecido. João é membro da comunidade Guarani Tekoha Y Hovy que está acampada na vila Eletrosul, município de Guaíra, no Paraná. Segundo relatos, o desaparecimento aconteceu logo depois de um ritual religioso na casa de reza da comunidade. Membros da comunidade já entraram em contato com o Ministério Público Federal na região e com a Polícia Federal, que já fez algumas buscas, mas não encontrou nenhum vestígio do rapaz.
Para Paulina Martinez Benitez, uma das lideranças da comunidade e membro da comissão de Terras Guarani, há várias hipóteses para o caso, mas os parentes desconfiam que os proprietários de terras estejam por traz do desaparecimento. "Não havia motivos para o João sair, até porque ele não tem muitos contatos na cidade e saía muito pouco daqui. Infelizmente, esperamos pelo pior, pois aqui recebemos muitas ameaças e algumas famílias até saíram da região cooptados por estes fazendeiros", declarou.
De acordo com Paulina, a comunidade já chegou a pedir viaturas da polícia para passar durantes alguns dias à noite perto da comunidade, mas o pedido foi negado. "Depois do acontecido, ninguém dorme direito. Passamos as madrugadas nos revezando para vigiar nossos parentes e a gente acaba ficando com um pouco de medo", ressaltou.
ResistênciaA comunidade de Y Hovy se encontra em uma área ocupada, ainda não regularizada, de 17 alqueires que pertencem, parte a um proprietário local, parte a prefeitura municipal de Guaíra. Atualmente vivem 12 famílias no local. Eles retomaram a pose da área em 7 de novembro de 2009, e desde então vêm resistindo no local e reivindicando a demarcação da terra tradicional.
Mesmo com tantas reivindicações a Fundação Nacional do Índio (Funai) ainda não compôs o Grupo de Trabalho (GT) para realizar o estudo de identificação da área. Os indígenas da comunidade vivem constantemente ameaçados por fazendeiros do entorno, pois o acampamento é cercado de fazendas e cortado por uma estrada onde circulam caminhões com sementes e outros carregamentos das fazendas próximas. O trânsito é constante.
No acampamento não há o mínimo de estrutura, o saneamento básico é precário e os indígenas têm como fonte de água, apenas um cano que fica na beira da referida estrada que atravessa a comunidade. Por este cano os indígenas bebem água, lavam roupas, tomam banho, extremamente expostos aos perigos da rodovia.
Forças na espiritualidadeDepois de tantas buscas sem sucesso, os membros da comunidade buscam forças na espiritualidade Guarani. Os indígenas fazem muitas rezas e agora aguardam a presença de um pajé para tentar encontrar o lugar onde está o corpo.
Segundo Paulina, o acontecimento fortaleceu ainda mais a luta da comunidade. "Se eles acham que vamos desistir, estão enganados. Agora é que vamos continuar aqui na área e lutar por nossa terra tradicional!".
Procurado pela assessoria do Cimi, o Ministério Público Federal de Umuarana, município do estado, informou que um procurador do orgão está em Guaíra para verificar pessoalmente a situação.
O Cimi lamenta o desaparecimento do indígena Guarani e espera que as autoridades tomem providências o mais rápido possível, afim de que João Martins seja encontrado e que as terras tradicionais da comunidade Y Hovy sejam devolvidas.
Fonte: www.cimi.org.br

RIO SÃO FRANCISCO.

A Cobrança pela Água no São Francisco09/09/2010 Roberto Malvezzi (Gogó) *
Como estava previsto na lei nacional de Recursos Hídricos 9433/97, a cobrança pelo uso da água começa a se difundir pelo Brasil. Ela se torna possível quando é criado um comitê de bacia e esse comitê cria sua agência de águas, isto é, um corpo técnico que se torna responsável pela implementação da cobrança. Entretanto, a cobrança é uma decisão do comitê.
O São Francisco começa nesse mês a cobrar pela água, o que tem deixado muita gente preocupada. De fato, a cobrança pela água é muito mais complexa do que se pode imaginar a primeira vista. Os chamados usuários - qualquer ente físico ou jurídico que utilize águas de um determinado corpo d'água, como irrigantes, indústria, serviços de saneamento, etc. - terão que pagar por ela, desde que esteja acima do chamado "uso insignificante", que no São Francisco foi determinado em 4 litros por segundo. Acima disso, qualquer usuário terá que receber uma outorga e terá que pagar por cada metro cúbico utilizado.
Mas, não paga apenas pelo que capta, pagará também pelo que devolve ao corpo d'água em forma de efluentes. Quanto mais limpa for a água captada, mais caro se paga. Quanto mais suja for a água devolvida, mais caro se paga. Quando o uso é "consuntivo", isto é, a água retirada não volta mais àquele corpo d'água, como é o caso da Transposição, ainda mais caro se deve pagar.
O critério é o enquadramento dos corpos d'água, que de forma sintética, classifica a qualidade da água. Aí entra outro fator complexo, já que a classificação é pelo DBO - demanda biológica por oxigênio - que indica a demanda de oxigênio que aquele efluente vai demandar do corpo d'água para processar seu material orgânico. Portanto, não são avaliadas questões chaves, como a contaminação por metais pesados.
A água do São Francisco a ser captada pela Transposição está classificada no nível 2, portanto, nem a melhor das águas, nem a pior. Além do mais, é um uso cem por cento consuntivo, já que nenhuma gota voltará ao São Francisco. O problema é que sua adução até os demais estados demanda muita energia e manutenção dos canais e maquinários. Então, o governo, que sempre garantiu que essa água seria barata, agora quer impor redução no preço da água transposta. Resultado, os beradeiros do São Francisco poderão pagar mais caro pela água do rio que os receptores nos estados do setentrional.
Discute-se também se para pôr um barco na água, para pescar, etc., esses pequenos usuários deveriam pagar. Pelo menos no comitê do São Francisco, ainda não. Porém, os pequenos agricultores mineiros estão apavorados porque agora tem que registrar suas minações, olhos d'água e outras formas de captação, mesmo que o uso seja insignificante e não tenham que pagar pelo seu uso.
Enfim, agora água é mercadoria, tem valor econômico e será vendida como qualquer produto. Há quem defenda a cobrança pela água como uma medida pedagógica e disciplinar. Nós achamos que o mecanismo da cobrança não estabelece o uso equitativo da água - quem tiver outorga e dinheiro para comprar leva -, e que outros mecanismos seriam mais eficientes para disciplinar e fazer justiça no uso da água. Mas, prevaleceram os interesses e a lógica do capital, embutidos em nossa lei de recursos hídricos.
No futuro, quando toda água estiver mercantilizada, novas formas de fazer da água um negócio deverão aparecer. Previmos esses desdobramentos desde a Campanha da Fraternidade da Água, em 2004. Agora estamos colhendo os frutos da implementação dessa lei e da política que ela nos trouxe.
* Roberto Malvezzi (Gogó) é agente Pastoral da Comissão Pastoral da Terra - CPT.
Fonte: Roberto Malvezzi (GogóA Cobrança pela Água no São Francisco09/09/2010 Roberto Malvezzi (Gogó) *
Como estava previsto na lei nacional de Recursos Hídricos 9433/97, a cobrança pelo uso da água começa a se difundir pelo Brasil. Ela se torna possível quando é criado um comitê de bacia e esse comitê cria sua agência de águas, isto é, um corpo técnico que se torna responsável pela implementação da cobrança. Entretanto, a cobrança é uma decisão do comitê.
O São Francisco começa nesse mês a cobrar pela água, o que tem deixado muita gente preocupada. De fato, a cobrança pela água é muito mais complexa do que se pode imaginar a primeira vista. Os chamados usuários - qualquer ente físico ou jurídico que utilize águas de um determinado corpo d'água, como irrigantes, indústria, serviços de saneamento, etc. - terão que pagar por ela, desde que esteja acima do chamado "uso insignificante", que no São Francisco foi determinado em 4 litros por segundo. Acima disso, qualquer usuário terá que receber uma outorga e terá que pagar por cada metro cúbico utilizado.
Mas, não paga apenas pelo que capta, pagará também pelo que devolve ao corpo d'água em forma de efluentes. Quanto mais limpa for a água captada, mais caro se paga. Quanto mais suja for a água devolvida, mais caro se paga. Quando o uso é "consuntivo", isto é, a água retirada não volta mais àquele corpo d'água, como é o caso da Transposição, ainda mais caro se deve pagar.
O critério é o enquadramento dos corpos d'água, que de forma sintética, classifica a qualidade da água. Aí entra outro fator complexo, já que a classificação é pelo DBO - demanda biológica por oxigênio - que indica a demanda de oxigênio que aquele efluente vai demandar do corpo d'água para processar seu material orgânico. Portanto, não são avaliadas questões chaves, como a contaminação por metais pesados.
A água do São Francisco a ser captada pela Transposição está classificada no nível 2, portanto, nem a melhor das águas, nem a pior. Além do mais, é um uso cem por cento consuntivo, já que nenhuma gota voltará ao São Francisco. O problema é que sua adução até os demais estados demanda muita energia e manutenção dos canais e maquinários. Então, o governo, que sempre garantiu que essa água seria barata, agora quer impor redução no preço da água transposta. Resultado, os beradeiros do São Francisco poderão pagar mais caro pela água do rio que os receptores nos estados do setentrional.
Discute-se também se para pôr um barco na água, para pescar, etc., esses pequenos usuários deveriam pagar. Pelo menos no comitê do São Francisco, ainda não. Porém, os pequenos agricultores mineiros estão apavorados porque agora tem que registrar suas minações, olhos d'água e outras formas de captação, mesmo que o uso seja insignificante e não tenham que pagar pelo seu uso.
Enfim, agora água é mercadoria, tem valor econômico e será vendida como qualquer produto. Há quem defenda a cobrança pela água como uma medida pedagógica e disciplinar. Nós achamos que o mecanismo da cobrança não estabelece o uso equitativo da água - quem tiver outorga e dinheiro para comprar leva -, e que outros mecanismos seriam mais eficientes para disciplinar e fazer justiça no uso da água. Mas, prevaleceram os interesses e a lógica do capital, embutidos em nossa lei de recursos hídricos.
No futuro, quando toda água estiver mercantilizada, novas formas de fazer da água um negócio deverão aparecer. Previmos esses desdobramentos desde a Campanha da Fraternidade da Água, em 2004. Agora estamos colhendo os frutos da implementação dessa lei e da política que ela nos trouxe.
* Roberto Malvezzi (Gogó) é agente Pastoral da Comissão Pastoral da Terra - CPT.
Fonte: Roberto Malvezzi (Gogó

AGROTÓXICOS.

Em MT, agrotóxico presente na água, no ar e no sangue09/09/2010 Jorge Américo
O agrotóxico está presente na terra, na água, no ar e até mesmo no sangue e na urina dos moradores de dois municípios produtores de grãos, no Mato Grosso. A Constatação foi feita pela Fundação Oswaldo Cruz e pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que mediram os efeitos do uso de agrotóxicos em Campo Verde e Lucas do Rio Verde.
O estudo monitorou a água dos poços artesianos e identificou a existência de resíduos de agrotóxicos em 32% das amostras analisadas. Em 40% dos testes com a água da chuva também foi identificada a presença de defensores agrícolas. Nos testes com o ar, 11% das amostras continham substâncias tóxicas, como o endossulfam, proibido pelo potencial cancerígeno. O médico e professor da UFMT, Wanderlei Pignati, relata como se dá o processo de contaminação.
"Os reflexos negativos do agrotóxico ocorrem no trabalhador, que aplica diretamente, na família, que muitas vezes mora dentro das plantações de soja, e na periferia das cidades. Não só aqui no Mato Grosso, as pessoas plantam e pulverizam quase que em cima das casas. Teremos um impacto no ambiente e isso faraz com que a população absorva esses agrotóxicos, resultando em intoxicações crônicas."
No ano de 2009, foram despejadas um milhão de toneladas de agrotóxicos nas lavouras brasileiras. Somente o Mato Grosso utilizou 11% dessa quantidade. Pignati revela que os dados das Secretarias e Ministério da Saúde sobre intoxicação coincidem com os índices de produção no campo.
"No Mato Grosso, nas regiões que mais produzem soja, milho e algodão, tem uma incidência três vezes maior de intoxicação aguda. Diarréia, vômito, desmaio. Alguns até morrem. [As substâncias] dão distúrbios cardíacos, pulmonares e até distúrbios psiquiátricos."
Fonte: www.envolverde.com.brEm MT, agrotóxico presente na água, no ar e no sangue09/09/2010 Jorge Américo
O agrotóxico está presente na terra, na água, no ar e até mesmo no sangue e na urina dos moradores de dois municípios produtores de grãos, no Mato Grosso. A Constatação foi feita pela Fundação Oswaldo Cruz e pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que mediram os efeitos do uso de agrotóxicos em Campo Verde e Lucas do Rio Verde.
O estudo monitorou a água dos poços artesianos e identificou a existência de resíduos de agrotóxicos em 32% das amostras analisadas. Em 40% dos testes com a água da chuva também foi identificada a presença de defensores agrícolas. Nos testes com o ar, 11% das amostras continham substâncias tóxicas, como o endossulfam, proibido pelo potencial cancerígeno. O médico e professor da UFMT, Wanderlei Pignati, relata como se dá o processo de contaminação.
"Os reflexos negativos do agrotóxico ocorrem no trabalhador, que aplica diretamente, na família, que muitas vezes mora dentro das plantações de soja, e na periferia das cidades. Não só aqui no Mato Grosso, as pessoas plantam e pulverizam quase que em cima das casas. Teremos um impacto no ambiente e isso faraz com que a população absorva esses agrotóxicos, resultando em intoxicações crônicas."
No ano de 2009, foram despejadas um milhão de toneladas de agrotóxicos nas lavouras brasileiras. Somente o Mato Grosso utilizou 11% dessa quantidade. Pignati revela que os dados das Secretarias e Ministério da Saúde sobre intoxicação coincidem com os índices de produção no campo.
"No Mato Grosso, nas regiões que mais produzem soja, milho e algodão, tem uma incidência três vezes maior de intoxicação aguda. Diarréia, vômito, desmaio. Alguns até morrem. [As substâncias] dão distúrbios cardíacos, pulmonares e até distúrbios psiquiátricos."
Fonte: www.envolverde.com.br

UM OLHAR SOBRE A HISTÓRIA DA IGREJA NO BRSIL.

Um olhar sobre a história da Igreja do Brasil09/09/2010 Mário de Carli e Maria Salete
Na Festa da Natividade de Nossa Senhora, dia 8 de setembro, padre Manoel Godoy, diretor executivo do ISTA (Instituto Santo Tomás de Aquino) de Belo Horizonte, MG, apresentou o tema: "Projetos e Métodos para uma Nova Evangelização. Memória, seguimento e perspectivas".
O teólogo teceu considerações sobre a Missão a partir da Encíclica Redemptoris Missio n. 33. A Missão como anúncio de Jesus Cristo aos que ainda não o conhecem.
Se olharmos para os projetos de evangelização da Igreja persistem elementos da "implantação da Igreja", um projetar-se de si mesma diante do mundo. Porém o sonho da Nova Evangelização ainda continua e suas raízes estão no Evangelho, sobretudo na vida dos cristãos.
Muito embora, hoje, a Igreja Católica quer se fazer ouvir a qualquer custo, vive o dilema de um tempo onde sua palavra ainda não consegue unificar o caminhar dos cristãos que ela se propõe. Em virtude disso, há uma nova onda clerical em que se prioriza a estética, a imagem, o show e a aparência em detrimento da ação evangelizadora. Porém, um dos grandes saltos qualitativos da Igreja depois do Concilio Vaticano II em 1974 foi o documento pós-conciliar, Evangelli Nunciandi "Evangelização para todos os Povos" que teve melhor recepção pelo conjunto do povo de Deus.
Sobre a gênese da Pastoral no BrasilPadre Manoel Godoy lembrou que no final do século XIX aconteceu a separação entre Igreja e Estado, a República marca profundamente o nosso ser Igreja no Brasil, e o episcopado começa a ver o Brasil de uma maneira nova para articular suas pastorais. Tivemos pessoas ilustres com sua linguagem nos processos evangelizadores, como dom Macedo Costa - bispo de Belém do Pará - que olhava todo o nosso país e já sonha com uma pastoral de conjunto - uma ação conjunta da Igreja - na qual expunha à cúria romana a necessidade de um concílio plenário brasileiro. Não obtendo êxito impulsionou a criação de novas dioceses.
Padre Manoel Godoy recordou dois momentos importantes na vida da Igreja, orientado pelo Cardeal Leme: em 31 de maio de 1930 a visita de Nossa Senhora Aparecida ao Rio de Janeiro com a presença de 1 milhão de pessoas; e no dia 12 de outubro de 1931, a inauguração da estátua do Cristo Redentor.
O Governo Vargas tremeu de medo ao ver a influência que o Cardeal Leme exercia sobre o povo brasileiro. Com a sua influência junto à Constituinte, ele conseguiu a isenção de impostos, o ensino religioso e a filantropia. Grande foi nesta época a influência do Cardeal Leme na convocação dos congressos eucarísticos, e aproveitar destes eventos, para reunir os Bispos para pensar num método novo de evangelizar. Sem pensar muito estava nascendo uma nova visão sobre o episcopado brasileiro.
Surgia naturalmente o método ver, julgar e agir que, mais tarde, deu grande impulso à evangelização no Brasil. Surgiram assim algumas pistas para a ação católica em âmbito nacional. Notavam constantemente que a fragilidade doutrinal era uma constante, justamente com a escassez de clero. Estes dois elementos conjugados se constituem o binômio de preocupação desde a década de 30.
Os resultados se fizeram ver rapidamente: a Ação Católica surge em 1935 e dez anos mais tarde, tem seu papel fundamental na evangelização até os dias de hoje. Em 1950 sob a influência do método belga surgem novos movimentos: JAC, JEC, JOC, JUC e que deu um impulso novo na ação católica no Brasil. Cada grupo tinha o seu assistente espiritual e realizaram muitas iniciativas, graças à aliança entre o Papa, dom Hélder Câmara e o Núncio Apostólico.
Em 1939, liderado por dom Leme realizou-se o I Concílio Brasileiro tão sonhado por dom Macedo. Neste evento foi lançado uma carta pastoral sobre a atuação dos Leigos na sociedade brasileira. Nela constam nomes famosos como os de Jackson Figueiredo, Alceu Amoroso Lima, Gustavo Corção, que escreveu o Romance "Lições de Abismo". Em 1946 surge a primeira universidade católica e em 1952 surgem a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e o Movimento do Mundo Melhor com o padre Lombardi tendo o aval do Papa Pio XII. Em 1954 os Religiosos fundam a Conferência dos Religiosos do Brasil - CRB, em 1960 surge o Movimento de Educação de Base.
Essa foi uma das melhores épocas da Igreja do Brasil, seja pelos movimentos e obras nascentes, seja pelas vozes que se ouviam dos melhores teólogos. Assim se antevia uma Igreja que tinha o que apresentar mais tarde no Concílio Vaticano II. Plano de EmergênciaEm 1962, no Rio Grande do Norte houve uma grande seca. Como resposta para socorrer aos necessitados surgiu a Coleta Missão da Fraternidade na cidade de Nísia Floresta. Esta iniciativa foi o embrião da Campanha da Fraternidade que se estendeu para todo o Brasil. No dia 25 de setembro de 1962 nascia o primeiro Plano de Pastoral do Brasil, chamado "Plano de Emergência" (1962-1965).
Enquanto isso, a voz do Papa João XXIII, se fazia ouvir sinalizando quatro perigos para a doutrina dos cristãos no continente: o Naturalismo, o Protestantismo, o Espiritismo e o Marxismo. Junto a estas considerações do Papa o episcopado nacional agrega a essas preocupações: o individualismo no apostolado, a falta de clero para evangelizar e, sobretudo, como seriam os convênios entre Governo e Igreja.
O Plano de Emergência teve 4 objetivos como metas centrais:a) A renovação paroquial e buscar princípios básicos e requisitos para a renovação paroquial; b) Recuperação do ministério sacerdotal; c) Renovação do Educandário Católico; d) Introdução a uma Pastoral de conjunto onde é analisada a descoberta da ruptura entre Igreja e o mundo.
Em meio a estes eventos surge em 1963 o Concílio Vaticano II e o Plano de Emergência fica para mais tarde, não havendo um clima favorável para o seu bom desempenho. O Concílio Vaticano II publicou 16 Documentos, dos quais 6 se tornaram os que mais tiveram expressão na realidade brasileira: Dei Verbum, Lumen Gentium, Ad Gentes, Sacrosanctum Concilium, Gaudium et Spes, Unitatis Redintegratio. Todas elas criaram meios e linhas para a Igreja do Brasil se poder organizar pastoralmente.
Plano Pastoral de Conjunto (1966-1970)A Igreja do Brasil procurou trabalhar todos estes seis Documentos do Vaticano II, e a partir deles, surgiram muitas iniciativas pastorais em todo o país. Forneceu não somente uma estrutura para CNBB trabalhar melhor, mas a Igreja teve que aprender a dialogar com todas as tendências do mundo e forças da sociedade.
A partir das Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora, a Igreja no Brasil tem procurado trabalhar as exigências: o Serviço, o Diálogo, o Anúncio e o Testemunho de Comunhão, na perspectiva da pessoa, da comunidade e da sociedade. Atualmente existem dez Comissões Episcopais.
Hoje, com o Documento de Aparecida, a Missão Continental acontece com pequenas iniciativas ou então não irá muito longe. É da base que virão as pequenas ações para dar impulso a uma dimensão latino-americana.

Fonte: Revista MissõesUm olhar sobre a história da Igreja do Brasil09/09/2010 Mário de Carli e Maria Salete
Na Festa da Natividade de Nossa Senhora, dia 8 de setembro, padre Manoel Godoy, diretor executivo do ISTA (Instituto Santo Tomás de Aquino) de Belo Horizonte, MG, apresentou o tema: "Projetos e Métodos para uma Nova Evangelização. Memória, seguimento e perspectivas".
O teólogo teceu considerações sobre a Missão a partir da Encíclica Redemptoris Missio n. 33. A Missão como anúncio de Jesus Cristo aos que ainda não o conhecem.
Se olharmos para os projetos de evangelização da Igreja persistem elementos da "implantação da Igreja", um projetar-se de si mesma diante do mundo. Porém o sonho da Nova Evangelização ainda continua e suas raízes estão no Evangelho, sobretudo na vida dos cristãos.
Muito embora, hoje, a Igreja Católica quer se fazer ouvir a qualquer custo, vive o dilema de um tempo onde sua palavra ainda não consegue unificar o caminhar dos cristãos que ela se propõe. Em virtude disso, há uma nova onda clerical em que se prioriza a estética, a imagem, o show e a aparência em detrimento da ação evangelizadora. Porém, um dos grandes saltos qualitativos da Igreja depois do Concilio Vaticano II em 1974 foi o documento pós-conciliar, Evangelli Nunciandi "Evangelização para todos os Povos" que teve melhor recepção pelo conjunto do povo de Deus.
Sobre a gênese da Pastoral no BrasilPadre Manoel Godoy lembrou que no final do século XIX aconteceu a separação entre Igreja e Estado, a República marca profundamente o nosso ser Igreja no Brasil, e o episcopado começa a ver o Brasil de uma maneira nova para articular suas pastorais. Tivemos pessoas ilustres com sua linguagem nos processos evangelizadores, como dom Macedo Costa - bispo de Belém do Pará - que olhava todo o nosso país e já sonha com uma pastoral de conjunto - uma ação conjunta da Igreja - na qual expunha à cúria romana a necessidade de um concílio plenário brasileiro. Não obtendo êxito impulsionou a criação de novas dioceses.
Padre Manoel Godoy recordou dois momentos importantes na vida da Igreja, orientado pelo Cardeal Leme: em 31 de maio de 1930 a visita de Nossa Senhora Aparecida ao Rio de Janeiro com a presença de 1 milhão de pessoas; e no dia 12 de outubro de 1931, a inauguração da estátua do Cristo Redentor.
O Governo Vargas tremeu de medo ao ver a influência que o Cardeal Leme exercia sobre o povo brasileiro. Com a sua influência junto à Constituinte, ele conseguiu a isenção de impostos, o ensino religioso e a filantropia. Grande foi nesta época a influência do Cardeal Leme na convocação dos congressos eucarísticos, e aproveitar destes eventos, para reunir os Bispos para pensar num método novo de evangelizar. Sem pensar muito estava nascendo uma nova visão sobre o episcopado brasileiro.
Surgia naturalmente o método ver, julgar e agir que, mais tarde, deu grande impulso à evangelização no Brasil. Surgiram assim algumas pistas para a ação católica em âmbito nacional. Notavam constantemente que a fragilidade doutrinal era uma constante, justamente com a escassez de clero. Estes dois elementos conjugados se constituem o binômio de preocupação desde a década de 30.
Os resultados se fizeram ver rapidamente: a Ação Católica surge em 1935 e dez anos mais tarde, tem seu papel fundamental na evangelização até os dias de hoje. Em 1950 sob a influência do método belga surgem novos movimentos: JAC, JEC, JOC, JUC e que deu um impulso novo na ação católica no Brasil. Cada grupo tinha o seu assistente espiritual e realizaram muitas iniciativas, graças à aliança entre o Papa, dom Hélder Câmara e o Núncio Apostólico.
Em 1939, liderado por dom Leme realizou-se o I Concílio Brasileiro tão sonhado por dom Macedo. Neste evento foi lançado uma carta pastoral sobre a atuação dos Leigos na sociedade brasileira. Nela constam nomes famosos como os de Jackson Figueiredo, Alceu Amoroso Lima, Gustavo Corção, que escreveu o Romance "Lições de Abismo". Em 1946 surge a primeira universidade católica e em 1952 surgem a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e o Movimento do Mundo Melhor com o padre Lombardi tendo o aval do Papa Pio XII. Em 1954 os Religiosos fundam a Conferência dos Religiosos do Brasil - CRB, em 1960 surge o Movimento de Educação de Base.
Essa foi uma das melhores épocas da Igreja do Brasil, seja pelos movimentos e obras nascentes, seja pelas vozes que se ouviam dos melhores teólogos. Assim se antevia uma Igreja que tinha o que apresentar mais tarde no Concílio Vaticano II. Plano de EmergênciaEm 1962, no Rio Grande do Norte houve uma grande seca. Como resposta para socorrer aos necessitados surgiu a Coleta Missão da Fraternidade na cidade de Nísia Floresta. Esta iniciativa foi o embrião da Campanha da Fraternidade que se estendeu para todo o Brasil. No dia 25 de setembro de 1962 nascia o primeiro Plano de Pastoral do Brasil, chamado "Plano de Emergência" (1962-1965).
Enquanto isso, a voz do Papa João XXIII, se fazia ouvir sinalizando quatro perigos para a doutrina dos cristãos no continente: o Naturalismo, o Protestantismo, o Espiritismo e o Marxismo. Junto a estas considerações do Papa o episcopado nacional agrega a essas preocupações: o individualismo no apostolado, a falta de clero para evangelizar e, sobretudo, como seriam os convênios entre Governo e Igreja.
O Plano de Emergência teve 4 objetivos como metas centrais:a) A renovação paroquial e buscar princípios básicos e requisitos para a renovação paroquial; b) Recuperação do ministério sacerdotal; c) Renovação do Educandário Católico; d) Introdução a uma Pastoral de conjunto onde é analisada a descoberta da ruptura entre Igreja e o mundo.
Em meio a estes eventos surge em 1963 o Concílio Vaticano II e o Plano de Emergência fica para mais tarde, não havendo um clima favorável para o seu bom desempenho. O Concílio Vaticano II publicou 16 Documentos, dos quais 6 se tornaram os que mais tiveram expressão na realidade brasileira: Dei Verbum, Lumen Gentium, Ad Gentes, Sacrosanctum Concilium, Gaudium et Spes, Unitatis Redintegratio. Todas elas criaram meios e linhas para a Igreja do Brasil se poder organizar pastoralmente.
Plano Pastoral de Conjunto (1966-1970)A Igreja do Brasil procurou trabalhar todos estes seis Documentos do Vaticano II, e a partir deles, surgiram muitas iniciativas pastorais em todo o país. Forneceu não somente uma estrutura para CNBB trabalhar melhor, mas a Igreja teve que aprender a dialogar com todas as tendências do mundo e forças da sociedade.
A partir das Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora, a Igreja no Brasil tem procurado trabalhar as exigências: o Serviço, o Diálogo, o Anúncio e o Testemunho de Comunhão, na perspectiva da pessoa, da comunidade e da sociedade. Atualmente existem dez Comissões Episcopais.
Hoje, com o Documento de Aparecida, a Missão Continental acontece com pequenas iniciativas ou então não irá muito longe. É da base que virão as pequenas ações para dar impulso a uma dimensão latino-americana.

Fonte: Revista MissõesUm olhar sobre a história da Igreja do Brasil09/09/2010 Mário de Carli e Maria Salete
Na Festa da Natividade de Nossa Senhora, dia 8 de setembro, padre Manoel Godoy, diretor executivo do ISTA (Instituto Santo Tomás de Aquino) de Belo Horizonte, MG, apresentou o tema: "Projetos e Métodos para uma Nova Evangelização. Memória, seguimento e perspectivas".
O teólogo teceu considerações sobre a Missão a partir da Encíclica Redemptoris Missio n. 33. A Missão como anúncio de Jesus Cristo aos que ainda não o conhecem.
Se olharmos para os projetos de evangelização da Igreja persistem elementos da "implantação da Igreja", um projetar-se de si mesma diante do mundo. Porém o sonho da Nova Evangelização ainda continua e suas raízes estão no Evangelho, sobretudo na vida dos cristãos.
Muito embora, hoje, a Igreja Católica quer se fazer ouvir a qualquer custo, vive o dilema de um tempo onde sua palavra ainda não consegue unificar o caminhar dos cristãos que ela se propõe. Em virtude disso, há uma nova onda clerical em que se prioriza a estética, a imagem, o show e a aparência em detrimento da ação evangelizadora. Porém, um dos grandes saltos qualitativos da Igreja depois do Concilio Vaticano II em 1974 foi o documento pós-conciliar, Evangelli Nunciandi "Evangelização para todos os Povos" que teve melhor recepção pelo conjunto do povo de Deus.
Sobre a gênese da Pastoral no BrasilPadre Manoel Godoy lembrou que no final do século XIX aconteceu a separação entre Igreja e Estado, a República marca profundamente o nosso ser Igreja no Brasil, e o episcopado começa a ver o Brasil de uma maneira nova para articular suas pastorais. Tivemos pessoas ilustres com sua linguagem nos processos evangelizadores, como dom Macedo Costa - bispo de Belém do Pará - que olhava todo o nosso país e já sonha com uma pastoral de conjunto - uma ação conjunta da Igreja - na qual expunha à cúria romana a necessidade de um concílio plenário brasileiro. Não obtendo êxito impulsionou a criação de novas dioceses.
Padre Manoel Godoy recordou dois momentos importantes na vida da Igreja, orientado pelo Cardeal Leme: em 31 de maio de 1930 a visita de Nossa Senhora Aparecida ao Rio de Janeiro com a presença de 1 milhão de pessoas; e no dia 12 de outubro de 1931, a inauguração da estátua do Cristo Redentor.
O Governo Vargas tremeu de medo ao ver a influência que o Cardeal Leme exercia sobre o povo brasileiro. Com a sua influência junto à Constituinte, ele conseguiu a isenção de impostos, o ensino religioso e a filantropia. Grande foi nesta época a influência do Cardeal Leme na convocação dos congressos eucarísticos, e aproveitar destes eventos, para reunir os Bispos para pensar num método novo de evangelizar. Sem pensar muito estava nascendo uma nova visão sobre o episcopado brasileiro.
Surgia naturalmente o método ver, julgar e agir que, mais tarde, deu grande impulso à evangelização no Brasil. Surgiram assim algumas pistas para a ação católica em âmbito nacional. Notavam constantemente que a fragilidade doutrinal era uma constante, justamente com a escassez de clero. Estes dois elementos conjugados se constituem o binômio de preocupação desde a década de 30.
Os resultados se fizeram ver rapidamente: a Ação Católica surge em 1935 e dez anos mais tarde, tem seu papel fundamental na evangelização até os dias de hoje. Em 1950 sob a influência do método belga surgem novos movimentos: JAC, JEC, JOC, JUC e que deu um impulso novo na ação católica no Brasil. Cada grupo tinha o seu assistente espiritual e realizaram muitas iniciativas, graças à aliança entre o Papa, dom Hélder Câmara e o Núncio Apostólico.
Em 1939, liderado por dom Leme realizou-se o I Concílio Brasileiro tão sonhado por dom Macedo. Neste evento foi lançado uma carta pastoral sobre a atuação dos Leigos na sociedade brasileira. Nela constam nomes famosos como os de Jackson Figueiredo, Alceu Amoroso Lima, Gustavo Corção, que escreveu o Romance "Lições de Abismo". Em 1946 surge a primeira universidade católica e em 1952 surgem a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e o Movimento do Mundo Melhor com o padre Lombardi tendo o aval do Papa Pio XII. Em 1954 os Religiosos fundam a Conferência dos Religiosos do Brasil - CRB, em 1960 surge o Movimento de Educação de Base.
Essa foi uma das melhores épocas da Igreja do Brasil, seja pelos movimentos e obras nascentes, seja pelas vozes que se ouviam dos melhores teólogos. Assim se antevia uma Igreja que tinha o que apresentar mais tarde no Concílio Vaticano II. Plano de EmergênciaEm 1962, no Rio Grande do Norte houve uma grande seca. Como resposta para socorrer aos necessitados surgiu a Coleta Missão da Fraternidade na cidade de Nísia Floresta. Esta iniciativa foi o embrião da Campanha da Fraternidade que se estendeu para todo o Brasil. No dia 25 de setembro de 1962 nascia o primeiro Plano de Pastoral do Brasil, chamado "Plano de Emergência" (1962-1965).
Enquanto isso, a voz do Papa João XXIII, se fazia ouvir sinalizando quatro perigos para a doutrina dos cristãos no continente: o Naturalismo, o Protestantismo, o Espiritismo e o Marxismo. Junto a estas considerações do Papa o episcopado nacional agrega a essas preocupações: o individualismo no apostolado, a falta de clero para evangelizar e, sobretudo, como seriam os convênios entre Governo e Igreja.
O Plano de Emergência teve 4 objetivos como metas centrais:a) A renovação paroquial e buscar princípios básicos e requisitos para a renovação paroquial; b) Recuperação do ministério sacerdotal; c) Renovação do Educandário Católico; d) Introdução a uma Pastoral de conjunto onde é analisada a descoberta da ruptura entre Igreja e o mundo.
Em meio a estes eventos surge em 1963 o Concílio Vaticano II e o Plano de Emergência fica para mais tarde, não havendo um clima favorável para o seu bom desempenho. O Concílio Vaticano II publicou 16 Documentos, dos quais 6 se tornaram os que mais tiveram expressão na realidade brasileira: Dei Verbum, Lumen Gentium, Ad Gentes, Sacrosanctum Concilium, Gaudium et Spes, Unitatis Redintegratio. Todas elas criaram meios e linhas para a Igreja do Brasil se poder organizar pastoralmente.
Plano Pastoral de Conjunto (1966-1970)A Igreja do Brasil procurou trabalhar todos estes seis Documentos do Vaticano II, e a partir deles, surgiram muitas iniciativas pastorais em todo o país. Forneceu não somente uma estrutura para CNBB trabalhar melhor, mas a Igreja teve que aprender a dialogar com todas as tendências do mundo e forças da sociedade.
A partir das Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora, a Igreja no Brasil tem procurado trabalhar as exigências: o Serviço, o Diálogo, o Anúncio e o Testemunho de Comunhão, na perspectiva da pessoa, da comunidade e da sociedade. Atualmente existem dez Comissões Episcopais.
Hoje, com o Documento de Aparecida, a Missão Continental acontece com pequenas iniciativas ou então não irá muito longe. É da base que virão as pequenas ações para dar impulso a uma dimensão latino-americana.

Fonte: Revista Missões
Um olhar sobre a história da Igreja do Brasil
09/09/2010 Mário de Carli e Maria Salete
Na Festa da Natividade de Nossa Senhora, dia 8 de setembro, padre Manoel Godoy, diretor executivo do ISTA (Instituto Santo Tomás de Aquino) de Belo Horizonte, MG, apresentou o tema: "Projetos e Métodos para uma Nova Evangelização. Memória, seguimento e perspectivas".
O teólogo teceu considerações sobre a Missão a partir da Encíclica Redemptoris Missio n. 33. A Missão como anúncio de Jesus Cristo aos que ainda não o conhecem.
Se olharmos para os projetos de evangelização da Igreja persistem elementos da "implantação da Igreja", um projetar-se de si mesma diante do mundo. Porém o sonho da Nova Evangelização ainda continua e suas raízes estão no Evangelho, sobretudo na vida dos cristãos.
Muito embora, hoje, a Igreja Católica quer se fazer ouvir a qualquer custo, vive o dilema de um tempo onde sua palavra ainda não consegue unificar o caminhar dos cristãos que ela se propõe. Em virtude disso, há uma nova onda clerical em que se prioriza a estética, a imagem, o show e a aparência em detrimento da ação evangelizadora. Porém, um dos grandes saltos qualitativos da Igreja depois do Concilio Vaticano II em 1974 foi o documento pós-conciliar, Evangelli Nunciandi "Evangelização para todos os Povos" que teve melhor recepção pelo conjunto do povo de Deus.
Sobre a gênese da Pastoral no BrasilPadre Manoel Godoy lembrou que no final do século XIX aconteceu a separação entre Igreja e Estado, a República marca profundamente o nosso ser Igreja no Brasil, e o episcopado começa a ver o Brasil de uma maneira nova para articular suas pastorais. Tivemos pessoas ilustres com sua linguagem nos processos evangelizadores, como dom Macedo Costa - bispo de Belém do Pará - que olhava todo o nosso país e já sonha com uma pastoral de conjunto - uma ação conjunta da Igreja - na qual expunha à cúria romana a necessidade de um concílio plenário brasileiro. Não obtendo êxito impulsionou a criação de novas dioceses.
Padre Manoel Godoy recordou dois momentos importantes na vida da Igreja, orientado pelo Cardeal Leme: em 31 de maio de 1930 a visita de Nossa Senhora Aparecida ao Rio de Janeiro com a presença de 1 milhão de pessoas; e no dia 12 de outubro de 1931, a inauguração da estátua do Cristo Redentor.
O Governo Vargas tremeu de medo ao ver a influência que o Cardeal Leme exercia sobre o povo brasileiro. Com a sua influência junto à Constituinte, ele conseguiu a isenção de impostos, o ensino religioso e a filantropia. Grande foi nesta época a influência do Cardeal Leme na convocação dos congressos eucarísticos, e aproveitar destes eventos, para reunir os Bispos para pensar num método novo de evangelizar. Sem pensar muito estava nascendo uma nova visão sobre o episcopado brasileiro.
Surgia naturalmente o método ver, julgar e agir que, mais tarde, deu grande impulso à evangelização no Brasil. Surgiram assim algumas pistas para a ação católica em âmbito nacional. Notavam constantemente que a fragilidade doutrinal era uma constante, justamente com a escassez de clero. Estes dois elementos conjugados se constituem o binômio de preocupação desde a década de 30.
Os resultados se fizeram ver rapidamente: a Ação Católica surge em 1935 e dez anos mais tarde, tem seu papel fundamental na evangelização até os dias de hoje. Em 1950 sob a influência do método belga surgem novos movimentos: JAC, JEC, JOC, JUC e que deu um impulso novo na ação católica no Brasil. Cada grupo tinha o seu assistente espiritual e realizaram muitas iniciativas, graças à aliança entre o Papa, dom Hélder Câmara e o Núncio Apostólico.
Em 1939, liderado por dom Leme realizou-se o I Concílio Brasileiro tão sonhado por dom Macedo. Neste evento foi lançado uma carta pastoral sobre a atuação dos Leigos na sociedade brasileira. Nela constam nomes famosos como os de Jackson Figueiredo, Alceu Amoroso Lima, Gustavo Corção, que escreveu o Romance "Lições de Abismo". Em 1946 surge a primeira universidade católica e em 1952 surgem a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e o Movimento do Mundo Melhor com o padre Lombardi tendo o aval do Papa Pio XII. Em 1954 os Religiosos fundam a Conferência dos Religiosos do Brasil - CRB, em 1960 surge o Movimento de Educação de Base.
Essa foi uma das melhores épocas da Igreja do Brasil, seja pelos movimentos e obras nascentes, seja pelas vozes que se ouviam dos melhores teólogos. Assim se antevia uma Igreja que tinha o que apresentar mais tarde no Concílio Vaticano II. Plano de EmergênciaEm 1962, no Rio Grande do Norte houve uma grande seca. Como resposta para socorrer aos necessitados surgiu a Coleta Missão da Fraternidade na cidade de Nísia Floresta. Esta iniciativa foi o embrião da Campanha da Fraternidade que se estendeu para todo o Brasil. No dia 25 de setembro de 1962 nascia o primeiro Plano de Pastoral do Brasil, chamado "Plano de Emergência" (1962-1965).
Enquanto isso, a voz do Papa João XXIII, se fazia ouvir sinalizando quatro perigos para a doutrina dos cristãos no continente: o Naturalismo, o Protestantismo, o Espiritismo e o Marxismo. Junto a estas considerações do Papa o episcopado nacional agrega a essas preocupações: o individualismo no apostolado, a falta de clero para evangelizar e, sobretudo, como seriam os convênios entre Governo e Igreja.
O Plano de Emergência teve 4 objetivos como metas centrais:a) A renovação paroquial e buscar princípios básicos e requisitos para a renovação paroquial; b) Recuperação do ministério sacerdotal; c) Renovação do Educandário Católico; d) Introdução a uma Pastoral de conjunto onde é analisada a descoberta da ruptura entre Igreja e o mundo.
Em meio a estes eventos surge em 1963 o Concílio Vaticano II e o Plano de Emergência fica para mais tarde, não havendo um clima favorável para o seu bom desempenho. O Concílio Vaticano II publicou 16 Documentos, dos quais 6 se tornaram os que mais tiveram expressão na realidade brasileira: Dei Verbum, Lumen Gentium, Ad Gentes, Sacrosanctum Concilium, Gaudium et Spes, Unitatis Redintegratio. Todas elas criaram meios e linhas para a Igreja do Brasil se poder organizar pastoralmente.
Plano Pastoral de Conjunto (1966-1970)A Igreja do Brasil procurou trabalhar todos estes seis Documentos do Vaticano II, e a partir deles, surgiram muitas iniciativas pastorais em todo o país. Forneceu não somente uma estrutura para CNBB trabalhar melhor, mas a Igreja teve que aprender a dialogar com todas as tendências do mundo e forças da sociedade.
A partir das Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora, a Igreja no Brasil tem procurado trabalhar as exigências: o Serviço, o Diálogo, o Anúncio e o Testemunho de Comunhão, na perspectiva da pessoa, da comunidade e da sociedade. Atualmente existem dez Comissões Episcopais.
Hoje, com o Documento de Aparecida, a Missão Continental acontece com pequenas iniciativas ou então não irá muito longe. É da base que virão as pequenas ações para dar impulso a uma dimensão latino-americana.

Fonte: Revista MissõesUm olhar sobre a história da Igreja do Brasil09/09/2010 Mário de Carli e Maria Salete
Na Festa da Natividade de Nossa Senhora, dia 8 de setembro, padre Manoel Godoy, diretor executivo do ISTA (Instituto Santo Tomás de Aquino) de Belo Horizonte, MG, apresentou o tema: "Projetos e Métodos para uma Nova Evangelização. Memória, seguimento e perspectivas".
O teólogo teceu considerações sobre a Missão a partir da Encíclica Redemptoris Missio n. 33. A Missão como anúncio de Jesus Cristo aos que ainda não o conhecem.
Se olharmos para os projetos de evangelização da Igreja persistem elementos da "implantação da Igreja", um projetar-se de si mesma diante do mundo. Porém o sonho da Nova Evangelização ainda continua e suas raízes estão no Evangelho, sobretudo na vida dos cristãos.
Muito embora, hoje, a Igreja Católica quer se fazer ouvir a qualquer custo, vive o dilema de um tempo onde sua palavra ainda não consegue unificar o caminhar dos cristãos que ela se propõe. Em virtude disso, há uma nova onda clerical em que se prioriza a estética, a imagem, o show e a aparência em detrimento da ação evangelizadora. Porém, um dos grandes saltos qualitativos da Igreja depois do Concilio Vaticano II em 1974 foi o documento pós-conciliar, Evangelli Nunciandi "Evangelização para todos os Povos" que teve melhor recepção pelo conjunto do povo de Deus.
Sobre a gênese da Pastoral no BrasilPadre Manoel Godoy lembrou que no final do século XIX aconteceu a separação entre Igreja e Estado, a República marca profundamente o nosso ser Igreja no Brasil, e o episcopado começa a ver o Brasil de uma maneira nova para articular suas pastorais. Tivemos pessoas ilustres com sua linguagem nos processos evangelizadores, como dom Macedo Costa - bispo de Belém do Pará - que olhava todo o nosso país e já sonha com uma pastoral de conjunto - uma ação conjunta da Igreja - na qual expunha à cúria romana a necessidade de um concílio plenário brasileiro. Não obtendo êxito impulsionou a criação de novas dioceses.
Padre Manoel Godoy recordou dois momentos importantes na vida da Igreja, orientado pelo Cardeal Leme: em 31 de maio de 1930 a visita de Nossa Senhora Aparecida ao Rio de Janeiro com a presença de 1 milhão de pessoas; e no dia 12 de outubro de 1931, a inauguração da estátua do Cristo Redentor.
O Governo Vargas tremeu de medo ao ver a influência que o Cardeal Leme exercia sobre o povo brasileiro. Com a sua influência junto à Constituinte, ele conseguiu a isenção de impostos, o ensino religioso e a filantropia. Grande foi nesta época a influência do Cardeal Leme na convocação dos congressos eucarísticos, e aproveitar destes eventos, para reunir os Bispos para pensar num método novo de evangelizar. Sem pensar muito estava nascendo uma nova visão sobre o episcopado brasileiro.
Surgia naturalmente o método ver, julgar e agir que, mais tarde, deu grande impulso à evangelização no Brasil. Surgiram assim algumas pistas para a ação católica em âmbito nacional. Notavam constantemente que a fragilidade doutrinal era uma constante, justamente com a escassez de clero. Estes dois elementos conjugados se constituem o binômio de preocupação desde a década de 30.
Os resultados se fizeram ver rapidamente: a Ação Católica surge em 1935 e dez anos mais tarde, tem seu papel fundamental na evangelização até os dias de hoje. Em 1950 sob a influência do método belga surgem novos movimentos: JAC, JEC, JOC, JUC e que deu um impulso novo na ação católica no Brasil. Cada grupo tinha o seu assistente espiritual e realizaram muitas iniciativas, graças à aliança entre o Papa, dom Hélder Câmara e o Núncio Apostólico.
Em 1939, liderado por dom Leme realizou-se o I Concílio Brasileiro tão sonhado por dom Macedo. Neste evento foi lançado uma carta pastoral sobre a atuação dos Leigos na sociedade brasileira. Nela constam nomes famosos como os de Jackson Figueiredo, Alceu Amoroso Lima, Gustavo Corção, que escreveu o Romance "Lições de Abismo". Em 1946 surge a primeira universidade católica e em 1952 surgem a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e o Movimento do Mundo Melhor com o padre Lombardi tendo o aval do Papa Pio XII. Em 1954 os Religiosos fundam a Conferência dos Religiosos do Brasil - CRB, em 1960 surge o Movimento de Educação de Base.
Essa foi uma das melhores épocas da Igreja do Brasil, seja pelos movimentos e obras nascentes, seja pelas vozes que se ouviam dos melhores teólogos. Assim se antevia uma Igreja que tinha o que apresentar mais tarde no Concílio Vaticano II. Plano de EmergênciaEm 1962, no Rio Grande do Norte houve uma grande seca. Como resposta para socorrer aos necessitados surgiu a Coleta Missão da Fraternidade na cidade de Nísia Floresta. Esta iniciativa foi o embrião da Campanha da Fraternidade que se estendeu para todo o Brasil. No dia 25 de setembro de 1962 nascia o primeiro Plano de Pastoral do Brasil, chamado "Plano de Emergência" (1962-1965).
Enquanto isso, a voz do Papa João XXIII, se fazia ouvir sinalizando quatro perigos para a doutrina dos cristãos no continente: o Naturalismo, o Protestantismo, o Espiritismo e o Marxismo. Junto a estas considerações do Papa o episcopado nacional agrega a essas preocupações: o individualismo no apostolado, a falta de clero para evangelizar e, sobretudo, como seriam os convênios entre Governo e Igreja.
O Plano de Emergência teve 4 objetivos como metas centrais:a) A renovação paroquial e buscar princípios básicos e requisitos para a renovação paroquial; b) Recuperação do ministério sacerdotal; c) Renovação do Educandário Católico; d) Introdução a uma Pastoral de conjunto onde é analisada a descoberta da ruptura entre Igreja e o mundo.
Em meio a estes eventos surge em 1963 o Concílio Vaticano II e o Plano de Emergência fica para mais tarde, não havendo um clima favorável para o seu bom desempenho. O Concílio Vaticano II publicou 16 Documentos, dos quais 6 se tornaram os que mais tiveram expressão na realidade brasileira: Dei Verbum, Lumen Gentium, Ad Gentes, Sacrosanctum Concilium, Gaudium et Spes, Unitatis Redintegratio. Todas elas criaram meios e linhas para a Igreja do Brasil se poder organizar pastoralmente.
Plano Pastoral de Conjunto (1966-1970)A Igreja do Brasil procurou trabalhar todos estes seis Documentos do Vaticano II, e a partir deles, surgiram muitas iniciativas pastorais em todo o país. Forneceu não somente uma estrutura para CNBB trabalhar melhor, mas a Igreja teve que aprender a dialogar com todas as tendências do mundo e forças da sociedade.
A partir das Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora, a Igreja no Brasil tem procurado trabalhar as exigências: o Serviço, o Diálogo, o Anúncio e o Testemunho de Comunhão, na perspectiva da pessoa, da comunidade e da sociedade. Atualmente existem dez Comissões Episcopais.
Hoje, com o Documento de Aparecida, a Missão Continental acontece com pequenas iniciativas ou então não irá muito longe. É da base que virão as pequenas ações para dar impulso a uma dimensão latino-americana.

Fonte: Revista Missões
Um olhar sobre a história da Igreja do Brasil
09/09/2010 Mário de Carli e Maria Salete
Na Festa da Natividade de Nossa Senhora, dia 8 de setembro, padre Manoel Godoy, diretor executivo do ISTA (Instituto Santo Tomás de Aquino) de Belo Horizonte, MG, apresentou o tema: "Projetos e Métodos para uma Nova Evangelização. Memória, seguimento e perspectivas".
O teólogo teceu considerações sobre a Missão a partir da Encíclica Redemptoris Missio n. 33. A Missão como anúncio de Jesus Cristo aos que ainda não o conhecem.
Se olharmos para os projetos de evangelização da Igreja persistem elementos da "implantação da Igreja", um projetar-se de si mesma diante do mundo. Porém o sonho da Nova Evangelização ainda continua e suas raízes estão no Evangelho, sobretudo na vida dos cristãos.
Muito embora, hoje, a Igreja Católica quer se fazer ouvir a qualquer custo, vive o dilema de um tempo onde sua palavra ainda não consegue unificar o caminhar dos cristãos que ela se propõe. Em virtude disso, há uma nova onda clerical em que se prioriza a estética, a imagem, o show e a aparência em detrimento da ação evangelizadora. Porém, um dos grandes saltos qualitativos da Igreja depois do Concilio Vaticano II em 1974 foi o documento pós-conciliar, Evangelli Nunciandi "Evangelização para todos os Povos" que teve melhor recepção pelo conjunto do povo de Deus.
Sobre a gênese da Pastoral no BrasilPadre Manoel Godoy lembrou que no final do século XIX aconteceu a separação entre Igreja e Estado, a República marca profundamente o nosso ser Igreja no Brasil, e o episcopado começa a ver o Brasil de uma maneira nova para articular suas pastorais. Tivemos pessoas ilustres com sua linguagem nos processos evangelizadores, como dom Macedo Costa - bispo de Belém do Pará - que olhava todo o nosso país e já sonha com uma pastoral de conjunto - uma ação conjunta da Igreja - na qual expunha à cúria romana a necessidade de um concílio plenário brasileiro. Não obtendo êxito impulsionou a criação de novas dioceses.
Padre Manoel Godoy recordou dois momentos importantes na vida da Igreja, orientado pelo Cardeal Leme: em 31 de maio de 1930 a visita de Nossa Senhora Aparecida ao Rio de Janeiro com a presença de 1 milhão de pessoas; e no dia 12 de outubro de 1931, a inauguração da estátua do Cristo Redentor.
O Governo Vargas tremeu de medo ao ver a influência que o Cardeal Leme exercia sobre o povo brasileiro. Com a sua influência junto à Constituinte, ele conseguiu a isenção de impostos, o ensino religioso e a filantropia. Grande foi nesta época a influência do Cardeal Leme na convocação dos congressos eucarísticos, e aproveitar destes eventos, para reunir os Bispos para pensar num método novo de evangelizar. Sem pensar muito estava nascendo uma nova visão sobre o episcopado brasileiro.
Surgia naturalmente o método ver, julgar e agir que, mais tarde, deu grande impulso à evangelização no Brasil. Surgiram assim algumas pistas para a ação católica em âmbito nacional. Notavam constantemente que a fragilidade doutrinal era uma constante, justamente com a escassez de clero. Estes dois elementos conjugados se constituem o binômio de preocupação desde a década de 30.
Os resultados se fizeram ver rapidamente: a Ação Católica surge em 1935 e dez anos mais tarde, tem seu papel fundamental na evangelização até os dias de hoje. Em 1950 sob a influência do método belga surgem novos movimentos: JAC, JEC, JOC, JUC e que deu um impulso novo na ação católica no Brasil. Cada grupo tinha o seu assistente espiritual e realizaram muitas iniciativas, graças à aliança entre o Papa, dom Hélder Câmara e o Núncio Apostólico.
Em 1939, liderado por dom Leme realizou-se o I Concílio Brasileiro tão sonhado por dom Macedo. Neste evento foi lançado uma carta pastoral sobre a atuação dos Leigos na sociedade brasileira. Nela constam nomes famosos como os de Jackson Figueiredo, Alceu Amoroso Lima, Gustavo Corção, que escreveu o Romance "Lições de Abismo". Em 1946 surge a primeira universidade católica e em 1952 surgem a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB e o Movimento do Mundo Melhor com o padre Lombardi tendo o aval do Papa Pio XII. Em 1954 os Religiosos fundam a Conferência dos Religiosos do Brasil - CRB, em 1960 surge o Movimento de Educação de Base.
Essa foi uma das melhores épocas da Igreja do Brasil, seja pelos movimentos e obras nascentes, seja pelas vozes que se ouviam dos melhores teólogos. Assim se antevia uma Igreja que tinha o que apresentar mais tarde no Concílio Vaticano II. Plano de EmergênciaEm 1962, no Rio Grande do Norte houve uma grande seca. Como resposta para socorrer aos necessitados surgiu a Coleta Missão da Fraternidade na cidade de Nísia Floresta. Esta iniciativa foi o embrião da Campanha da Fraternidade que se estendeu para todo o Brasil. No dia 25 de setembro de 1962 nascia o primeiro Plano de Pastoral do Brasil, chamado "Plano de Emergência" (1962-1965).
Enquanto isso, a voz do Papa João XXIII, se fazia ouvir sinalizando quatro perigos para a doutrina dos cristãos no continente: o Naturalismo, o Protestantismo, o Espiritismo e o Marxismo. Junto a estas considerações do Papa o episcopado nacional agrega a essas preocupações: o individualismo no apostolado, a falta de clero para evangelizar e, sobretudo, como seriam os convênios entre Governo e Igreja.
O Plano de Emergência teve 4 objetivos como metas centrais:a) A renovação paroquial e buscar princípios básicos e requisitos para a renovação paroquial; b) Recuperação do ministério sacerdotal; c) Renovação do Educandário Católico; d) Introdução a uma Pastoral de conjunto onde é analisada a descoberta da ruptura entre Igreja e o mundo.
Em meio a estes eventos surge em 1963 o Concílio Vaticano II e o Plano de Emergência fica para mais tarde, não havendo um clima favorável para o seu bom desempenho. O Concílio Vaticano II publicou 16 Documentos, dos quais 6 se tornaram os que mais tiveram expressão na realidade brasileira: Dei Verbum, Lumen Gentium, Ad Gentes, Sacrosanctum Concilium, Gaudium et Spes, Unitatis Redintegratio. Todas elas criaram meios e linhas para a Igreja do Brasil se poder organizar pastoralmente.
Plano Pastoral de Conjunto (1966-1970)A Igreja do Brasil procurou trabalhar todos estes seis Documentos do Vaticano II, e a partir deles, surgiram muitas iniciativas pastorais em todo o país. Forneceu não somente uma estrutura para CNBB trabalhar melhor, mas a Igreja teve que aprender a dialogar com todas as tendências do mundo e forças da sociedade.
A partir das Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora, a Igreja no Brasil tem procurado trabalhar as exigências: o Serviço, o Diálogo, o Anúncio e o Testemunho de Comunhão, na perspectiva da pessoa, da comunidade e da sociedade. Atualmente existem dez Comissões Episcopais.
Hoje, com o Documento de Aparecida, a Missão Continental acontece com pequenas iniciativas ou então não irá muito longe. É da base que virão as pequenas ações para dar impulso a uma dimensão latino-americana.

Fonte: Revista Missões